Jornalista teme ser preso ou extraditado
O jornalista e editor do site The Intercept, Glenn Greenwald, acionou o Supremo Tribunal Federal (STF) na última sexta-feira (2) com um pedido de habeas corpus preventivo. O pedido foi feito através de seu advogado, Rubens Rodrigues Francisco. O objetivo é evitar uma possível prisão ou até mesmo deportação para os Estados Unidos.
No pedido, a defesa do jornalista cita a portaria 666 editada pelo ministro Sergio Moro, que, entre outras coisas, permite “a repatriação e a deportação sumária de pessoa perigosa ou que tenha praticado ato contrário aos princípios e objetivos dispostos na Constituição Federal”.
A ação está nas mãos do presidente do STF, o ministro Dias Toffoli.
O advogado argumenta, entre outras coisas, que Glenn “não pode ser coagido de maneira alguma, deve ter segurança e a liberdade de realizar seu mister”. O documento também afirma que Glenn é responsável por divulgar os vazamentos obtidos por hackers e que seu objetivo com isso é encontrar a “verdade real”.
No último dia 27 de julho, o presidente Jair Bolsonaro comentou sobre a edição da portaria e defendeu o ministro Sergio Moro.
– Ele [Moro] tem carta branca. Eu teria feito um decreto. Tem que mandar pra fora quem não presta, tem que mandar embora. Tem nada a ver com o caso desse Glenn não sei o quê aí. Tem nada a ver com o caso dele. Tanto é que não se encaixa na portaria o crime que ele está cometendo – disse Bolsonaro.
No entanto, o presidente não descartou a possibilidade da prisão do jornalista.
– Até porque ele é casado com outro homem, e tem meninos adotados no Brasil. Tá certo? Malandro, malandro, para evitar um problema desse, casa com outro malandro, ou não casa, e adota criança no Brasil. É um problema que nós temos…Ele não vai embora. O Glenn pode ficar tranquilo. Talvez ele pegue uma cana, aqui, no Brasil. Não vai pegar lá fora, não – disse Bolsonaro.