Por Raimundo Carrero
Jornalista e membro da Academia Pernambucana de Letras
O personagem aparece muito forte em todas as páginas, sedimentadas naquele instante em que o padre descobre uma pequena cruz na terra árida e, acostumado à região, pergunta quem foi enterrado ali. Foi informado de que fora Raimundo Jacó, um vaqueiro solitário, vítima de intriga, ciúme e ódio. Temas trabalhados num texto denso, bem escrito, exemplar.
Soube-se, então, que Jacó foi enterrado no lugar onde foi assassinado. E daí para a ideia da Missa foi um salto. Homenageia-se a vítima, e , por extensão, o Homem da Região, na figura simbólica do Vaqueiro, profissão que Jacó exerce. Imediatamente, contou com a adesão de poetas, músicos, religiosos. E com a colaboração – até certo ponto, da diocese do Sertão.
Padre João Câncio foi ordenado pelo bispo dom Antônio Campelo, sediado em Petrolina, o mesmo que me crismou no final de 1950. Informa Vandeck que dom Antônio sempre deu grande apoio às iniciativas do padre, desde seminarista.
Episódio ainda marcante na vida do sacerdote é o casamento com Helena, num momento belo marcado, no entanto, de apreensão. Fez o pedido numa pequena viagem que fizeram para compromisso religioso. Apesar da surpresa de Helena, ao ouvir a corte, fizeram um magnífico casamento com filhos.