Suas denúncias tiveram a força de um balão apagado
Daniel Gullino
O Globo
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou nesta quarta-feira um convite para que o jornalista Glenn Greenwald, editor e fundador do site “The Intercept Brasil”, para falar sobre a publicação de mensagens atribuídas ao ministro da Justiça, Sergio Moro e a procuradores, entre eles Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da Operação Lava-Jato. A votação foi simbólica e uma data para o depoimento ainda vai ser agendada.
Greenwald foi ouvido, na semana passada, na Comissão de Direitos Humanos da Câmara, também sobre as mensagens. Lá, ele criticou o suposto conluio entre Moro e Dallagnol e afirmou que, se isso tivesse ocorrido nos Estados Unidos, Moro teria sido afastado da magistratura.
REPERCUSSÃO – O requerimento foi de autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). O parlamentar alegou que o comparecimento de Glenn é “fundamental para o esclarecimento de um assunto que vem trazendo enorme repercussa?o para o país”.
Para Randolfe, as mensagens publicadas pelo “The Intercept Brasil” trazem “enorme preocupac?a?o no que diz respeito a uma possi?vel conduc?a?o e interfere?ncia pessoal de juízes e procuradores, que va?o na contrama?o do princi?pio da imparcialidade”.
Moro também já foi ouvido no Senado, há duas semanas, e na Câmara, na última terça-feira. Dallagnol recebeu convites das duas Casas, mas ainda não marcou nenhum depoimento.