Crimes no BNDES foram cometidos por Guido Mantega e Luciano Coutinho

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Charge do Cristiano Gomes (Arquivo Google)

Deu no Estadão

Em três meses de funcionamento, a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Câmara, criada para investigar empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) no exterior, já reuniu que nos governos petistas a diretoria aprovava financiamento de obras na Venezuela, em Cuba, em Moçambique e em outros países, sem exigir garantias reais.

Documentos obtidos pelo jornal O Estado de S. Paulo mostram que entre os principais pontos levantados até agora estão ausência de critérios para rebaixamento de risco antes de conceder o crédito e a falta de auditoria fora do país para fiscalizar a aplicação do dinheiro.

PF INVESTIGOU – O banco sempre negou ter falhado ao conceder os empréstimos, parte de estratégia das gestões dos ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff para incentivar a internacionalização de empresas brasileiras, mas desde o impeachment a Polícia Federal tem investigado as operações do banco, feitas sem garantias reais.

O BNDES não financiava operações sem garantias reais. Justamente por isso, o grau de inadimplência do banco era baixíssimo. No governo petista, os presidentes Guido Mantega e Luciano Coutinho autorizaram vultosos empréstimos a Cuba e outros países, sem garantias reais.

Em depoimento no Congresso, Luciano Coutinho foi interrogado a respeito e disse que a Odebrecht garantia as operações. Era mentira, quem garantia era o Tesouro Nacional brasileiro, que agora terá de ressarcir o BNDES. Detalhe: Mantega, Coutinho e outros réus estão respondendo a processo penal na Justiça, acusados de uma série de crimes, como corrupção passiva e formação de quadrilha organização criminosa.

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MINIENTREVISTA COM CARLOS THADEU DE FREITAS

Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do Banco Central, considerado um dos mais experientes e respeitados economistas do país, foi diretor do BNDES no governo de Michel Temer e hoje é membro do Conselho de Administração do BNDES.

Ele diz que o corpo técnico do banco não teve nada a ver com as irregularidades, que eram autorizadas pela Camex (Secretaria Executiva da Câmara de Comércio Exterior) e pelo Comitê de Financiamento e Garantia das Exportações (Cofig), então subordinados ao ministro da Fazenda, Guido Mantega.
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Como o sr. vê o avanço da CPI?
É bastante importante que todos saibam como foram feitas essas operações. Agora, tenho certeza absoluta que quem deu as taxas de juros, spread, o prazo, não foi o BNDES. Foi a Camex. O banco não teve culpa das operações.

2.Não houve erro na fiscalização e nos procedimentos? 

Para fiscalizar obras em serviços no exterior tinha que ter uma empresa de auditoria lá fora. Para confirmar os gastos. Tem de saber se, naquela época, eles contrataram uma empresa de auditoria internacional.

3.O sr. não sabe? 
Eu não sei. Eu já perguntei para muita gente e não tive resposta. A CPI tem que verificar quem tratava das auditorias. Se você faz uma obra lá fora, tem que saber se foi bem feita, quanto custou, se foi caro. Tem de ser uma empresa internacional.

4.O BNDES está mais rígido na concessão dos empréstimos externos?
Hoje, o banco, mais do que nunca, tem sido bastante rígido. Nessas operações lá fora, competia à diretoria exigir mais coisas dessas obras.  Não são os funcionários. É a diretoria.

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