Guilherme Mazui
G1 — Brasília
O ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, afirmou nesta quinta-feira (27) que o governo mantém a confiança no ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, mesmo após a prisão de um de seus assessores especiais na investigação da Polícia Federal sobre supostas candidaturas de laranjas do PSL em Minas Gerais.
Mateus Von Rondon, assessor especial do ministro, foi detido em Brasília nesta quinta. Além dele, foram presos em Ipatinga um dos coordenadores da campanha de Álvaro Antônio à Câmara dos Deputados em 2018, Roberto Silva Soares, e um ex-assessor do ministro na Câmara dos Deputados, Haissander Souza de Paula
SERVINDO AO PAÍS… – Segundo Onyx, o governo de Jair Bolsonaro aguarda com “serenidade e tranquilidade” a conclusão das investigações, enquanto Álvaro Antônio continua “servindo o país”.
“O ministro continua fazendo o seu trabalho, servindo o país. O ministro já reiterou mais de uma vez que ele não tem nenhum envolvimento nesta questão. O governo continua confiando no seu ministro e aguardando com serenidade e tranquilidade as investigações”, disse Onyx.
O chefe da Casa Civil declarou ainda que o caso “não é novo” e que se trata de “matéria requentada”. Questionado se Álvaro Antônio tem condições de permanecer no cargo, respondeu que ainda não há denúncia formalizada contra o ministro do Turismo.
REQUENTADA? – “Essa matéria é uma matéria requentada. Do ponto de vista do governo, o presidente Bolsonaro deixou sempre tudo claro desde o primeiro momento não há, até o presente momento, nenhuma denúncia formalizada, estamos em um momento em investigações, temos que aguardar”, declarou Onyx.
Desde fevereiro, a PF e o Ministério Público Eleitoral investigam o PSL, o partido do presidente Jair Bolsonaro, pelo suposto uso de candidatas de fachada para desvio de recursos do fundo eleitoral.
Promotores veem indícios de fraude em caso de mulheres que receberam volume considerável de dinheiro, mas tiveram poucos votos. A suspeita é que elas não fizeram campanha e combinaram a devolução de recursos ao partido. A empresa do assessor Mateus Von Rondon aparece na prestação de contas de quatro candidatas a deputada estadual e federal suspeitas de terem sido usadas como laranjas pelo PSL de Minas.
MINISTRO E PSL – O Ministério do Turismo disse que “é importante esclarecer que não há qualquer relação entre a investigação da Polícia Federal e as funções desempenhadas pelo assessor especial Mateus Von Rondon no Ministério do Turismo. O órgão aguarda mais informações para se pronunciar sobre o caso”.
O PSL divulgou nota dizendo que as contas de campanha foram aprovadas pelo TSE e que “tudo foi feito dentro da legalidade”. O partido diz ainda que a investigação é “seletiva”.
“Todos os partidos políticos do Brasil tiveram candidatas cujo resultado nas urnas foi aquém da expectativa. Só podemos classificar essa como uma investigação seletiva, com o objetivo de atingir o partido ao qual o Presidente da República é filiado, embora ele não tenha nada a ver com isso”, diz o partido.