Desconfiança contamina Congresso

…e oposição age para adiar Previdência

Daniela Lima – Painel – Folha de S.Paulo

Quem pisca primeiro? – Tanto a desconfiança da capacidade do governo Bolsonaro de honrar compromissos que assumiu com líderes de partidos quanto a série de ataques do clã presidencial à cúpula do Congresso azedaram o clima pró-reforma da Previdência. Dirigentes de siglas dizem que ainda há votos para aprovar a proposta, mas não descartam jogar a discussão no plenário para o próximo semestre. A mudança de humores deu brecha à oposição, que tenta adiar a análise na comissão especial por cinco sessões.

A inclusão de estados e municípios no texto da reforma da Previdência ainda na comissão especial foi descartada por dirigentes partidários. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que trabalhou muito para reverter a situação, foi avisado de que o esforço seria em vão.

A única alternativa, agora, é tentar, durante a votação do texto no plenário, ou seja, na última etapa da tramitação na Casa, incluir uma emenda que preveja a adoção das regras mediante aprovação de mensagem dos governadores ou dos prefeitos pelos legislativos locais.

E os russos? O clima de desconfiança que se instalou no Congresso nesta quarta (26) caiu na conta do ministro Onyx Lorenzoni (Casa Civil) e da líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP). Aliados do Planalto dizem que os dois alinhavaram acordo para a liberação de verbas a deputados sem antes avisarem os ministérios.

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