Deu em O Globo
O site de O Globo reconhece neste sábado que errou ao informar que o ministro da Justiça, Sergio Moro, quando desempenhava a função de juiz, havia pedido a substituição de uma procuradora em arguição do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no curso da Operação Lava-Jato. Diz a nota divulgada pelo jornal:
Em mensagens de 2017 obtidas pelo site “The Intercept”, Moro, então juiz da força-tarefa, apenas critica o desempenho de Laura Tessler. O atual ministro diz que Tessler é “excelente profissional, mas para inquirição em audiência, ela não vai muito bem”. E pede ao procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa, que, “com discrição”, “tente dar uns conselhos” e sugere um treinamento. A informação estava em reportagem sobre nova leva de mensagens do site “The Intercept”, publicada nesta quinta-feira, e que já foi corrigida em O Globo.
MORO DESMENTE -Em nota enviada nesta quinta-feira, o Ministério da Justiça informou que não reconhece a autenticidade das mensagens, “pois pode ter sido editada ou adulterada pelo grupo criminoso, que mesmo se autêntica nada tem de ilícita ou antiética”.
“Cabe esclarecer que o texto atribuído ao Ministro fala por si, não havendo qualquer solicitação de substituição da procuradora, que continuou participando de audiências nos processos e atuando na Operação Lava Jato“, diz a nota.
###
VEJA A FALSA DENÚNCIA DO THE INTERCEPT
A suposta nova conversa entre procuradores, divulgada por Reinaldo Azevedo na BandNews e pelo Intercept, teria ocorrido em 13 de março de 2017, entre Deltan Dallagnol e o então procurador Carlos Fernando dos Santos Lima, atualmente aposentado. Na conversa, Dallagnol repassa a Carlos Fernando uma orientação que teria recebido de Moro.
Segundo o site The Intercept, após receber de Moro a sugestão sobre a procuradora, Dallagnol teria encaminhado o diálogo dele com o então juiz ao colega Carlos Fernando Santos Lima e dito, citando outros dois procuradores:
13:17:26 Deltan: Vamos ver como está a escala e talvez sugerir que vão 2, e fazer uma reunião sobre estratégia de inquirição, sem mencionar ela.
13:18:11 Carlos Fernando: Por isso tinha sugerido que Júlio ou Robinho fossem também. No do Lula não podemos deixar acontecer.
Ainda segundo os supostos diálogos, Deltan pede a Carlos Fernando que apague o diálogo, e o procurador segue a recomendação.
The Intercept ressalta o fato de que a procuradora não esteve presente no primeiro depoimento do ex-presidente Lula ao então juiz Sérgio Moro no processo do triplex do Guarujá.
Ainda segundo The Intercept, esse novo trecho mostraria que o então juiz Moro comandou a força-tarefa da Lava-Jato em violação das regras éticas e que ele teria se comportado como “promotor chefe”.
###
FORÇA-TAREFA DENUNCIA NOTÍCIA FALSA DO INTERCEPT
A Força-tarefa da Operação Lava Jato também repudiou nesta sexta-feira (21) o que chamou de “notícia falsa sobre troca de procuradores em audiência do caso triplex”.
O novo trecho foi divulgado nesta quinta-feira pelo programa de Reinaldo Azevedo na Bandnews FM e confirmado pelo site Intercept em uma rede social. Nele, o coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, teria informado a outro procurador, Carlos Fernando dos Santos Lima (hoje aposentado), que recebeu orientação do então juiz Sérgio Moro.
A nota da força-tarefa afirma que a procuradora mencionada nos supostos diálogos do dia 13/03/2017 participou daquela audiência em que o acusado era Antônio Palocci e de todas as audiências subsequentes do caso.
A força-tarefa elogia a procuradora e diz que a “atuação firme, técnica e dedicada” contribuiu para a condenação, naquele caso, de “13 réus acusados de corrupção e lavagem de dinheiro”.
A nota diz que a procuradora “segue responsável por diversas investigações e ações criminais, incluindo participação em audiências”. E acrescenta que “não houve mudança na sistemática de acompanhamento de ações penais por membros da força-tarefa”.
Além disso, o texto diz que a primeira audiência do ex-presidente Lula foi acompanhada pelos procuradores Júlio Noronha e Roberson Pozzobon, os mesmos que estiveram presentes nas medidas subsequentes do caso, em 04/03/16, em 14/09/16 e em 16 das 18 audiências do caso.
A nota conclui afirmando que foi usado material cuja autenticidade não foi confirmada, reforçando, segundo o MP, o aparente intuito de criar notícias às custas de publicações que distorcem supostas conversas entre autoridades.
###
NOTA DA REDAÇÃO DA TRIBUNA DA INTERNET – E ainda tem gente que acredita nas denúncias do norte-americano Glenn Greenwald, que tenta transformar em criminoso o mais notável magistrado brasileiro, na desesperada tentativa de destruir a Lava Jato e libertar um dos criminosos mais notórios da atualidade, que comandou o maior esquema de corrupção do mundo, com base no Brasil e ramificação em vários países. (C.N.)