MONTANHAS DA JAQUEIRA – Nova política?! Velha política?! Novelha política?! Zumbis?! Lobos, raposas, lobisomens?! O importante é ter sangue bom.
Há sempre um pouco de novo em cada velho. Há sempre um pouco de velho em cada novo.
Meu guru filosófico Nelson Rodrigues costumava dizer: “Jovens, envelheçam!” Meu sonho de consumo é ser um jovem Matusalém.
O Império estava velhíssimo em 1889. Os liberais proclamaram a República. Foi golpe, protestaram os monarquistas. Os libertários mataram e esfolaram os jagunços do beato Antônio Conselheiro em nome dos novos ideais republicanos. Foi a maior carnificina na história da nascente República.
Nos idos de 1937 Getúlio Vargas decretou a ditadura do Estado Novo. Veio da República Velha, das oligarquias rurais, chamada de República dos Carcomidos. Ser chamado de carcomido era uma ofensa tipo ser chamado de petista ou comunista, com licença das palavras.
Ah saudades do velhinho Tancredo Neves! Proclamou a Nova República em 1985 depois de ser eleito, via indireta, pelo Colégio Eleitoral. Mas, a vida é uma vela acesa. O velhinho apagou-se. Os marimbondos de fogo de Ribamar Sarney entraram na linha. A Nova República virou Novelha. Ribamar tinha bigodes de vassoura do tamanho do Maranhão. Hoje é uma múmia. O Maranhão é o Egito.
Aqui nesta terra dos altos coqueiros, “Nova Roma de bravos guerreiros”, as torcidas de Arraes e José Múcio Monteiro cantavam o refrão em 1986: “O velho é o novo, o novo é o velho”. Zé Múcio foi rotulado de velhinho na florescência da idade. Arraes rejuvenesceu e ganhou a eleição.
Hoje Zé Múcio é um jovem ministro do Tribunal de Contas da União, cada dia mais jovem e mais rio formoso.
Eu sou um cara da Jovem Guarda. Eu sou um cara seminovo.
A jovem guarda envelheceu? Tô nem aí. Envelheceu para vocês que são uns ingratos, mas permanece vivinha da silva no meu coração juvenil. “Quero que você me aqueça neste inverno e que tudo mais vai pro inferno!”
A palavra Novo é sedutora. O verbo Seduzir também é sedutor. Os tutanos, as tripas das palavras escondem mistérios.
Nova política, novelha política ou velha política?! Ai vareia. Mais importante é saber a natureza da onda, é ter sangue bom. É nóis, bicho, vamos nessa onda!