Filho do presidente ampliou crise entre olavistas e militares
O vereador Carlos Bolsonaro, filho do presidente Jair Bolsonaro, afirmou nesta terça-feira (23) que o vice Hamilton Mourão está em seu “último suspiro de vida” e mostrou que não pretende recuar das críticas contra o general.
Em seu perfil no Twitter, Carlos divulgou uma entrevista na qual Mourão afirma que a oposição contra Nicolás Maduro na Venezuela “tem que estar” desarmada, a fim de evitar uma “guerra civil” no país, o que seria “horrível”.
“Quando a única coisa que lhe resta é o último suspiro de vida, surgem estas pérolas que mostram muito mais do que palavras ao vento, mas algo que já acontece há muito. O quanto querer ser livre e independente parece ser a maior crueldade para alguns”, escreveu o vereador.
O filho de Bolsonaro tem dedicado seu tempo nas redes sociais a uma ofensiva contra Mourão. Na última segunda-feira (22), ele já havia citado uma “curtida” do vice em um post da jornalista Rachel Sheherazade que o elogia por não causar “vergonha alheia” e o compara ao presidente: “um é o vinho, o outro, vinagre”.
Além disso, Carlos se irritou com um convite a Mourão para uma palestra nos EUA, cujo texto diz que “os primeiros 100 dias da gestão Bolsonaro foram marcados pela paralisia política, em grande parte provocada pelas sucessivas crises geradas pelo círculo mais próximo do presidente”.
“Em meio ao barulho político, o vice-presidente Hamilton Mourão emergiu como uma voz da razão e moderação, capaz de fornecer direções tanto em assuntos internos quanto externos”, acrescenta a carta. A palestra foi realizada em 9 de abril.
“Se não visse não acreditaria que [Mourão] aceitou [dar a palestra] com tais termos”, disse Carlos no Twitter. Antes disso, o canal do presidente Bolsonaro no YouTube já havia divulgado um vídeo – apagado 24 horas depois – do escritor Olavo de Carvalho criticando militares.
Em meio ao descontentamento entre os generais com a verborragia do guru intelectual da família Bolsonaro, o presidente soltou uma nota na qual afirma que as “recentes declarações” de Olavo contra “integrantes dos poderes da República não contribuem” para os objetivos do governo