MONTANHAS DA JAQUEIRA – A gente já estamos carecas de saber que a cada ano mais de 60 mil brasileiros vão para o além de morte matada, de susto, de bala ou vício. Falta uma pesquisa para revelar quantas pessoas jurídicas são eletrocutadas pela descarga elétrica tributária do governo e suas parafernálias tenebrosas.
Abril é o mais cruel dos meses, como diria o poeta T. S. Elliot, da delação do imposto de renda, é o mês do arrastão das Receitas dos quintos e dos meeiros dos infernos. Blindados até a medula com empregos vitalícios e mordomias, os cobradores de impostos disparam suas armas mortíferas no lombo das pessoas físicas, pessoas biológicas e pessoas jurídicas. E decretam: Artigo 1º parágrafo D: tu vai trabalhar 4 a 5 meses por ano para pagar as contas do governo. Te vira, Zé Mané!
O nome disso é o Custo Brazil, que afugenta investimentos, encarece produtos e serviços. Um automóvel, uma bola de gude ou qualquer item manufaturado custa o dobro do preço no Brazil em relação aos países desenvolvidos.
Quando será feita uma reforma tributária de rochedo nesta pinóia? Nunquinha da silva, ou no dia de são nunca quando forem desapartados os caboclos mamadores das glândulas mamárias dos governos. Aliás, se a economia der um suspiro poderá haver uma reformazinha para aumentar a descarga tributária.
Começa o baculejo. Neste tempo de delação dos impostos, os cobradores vão te buscar debaixo da cama, em cima do chuveiro, em qualquer esconderijo.
Dia desses, logo depois de assumir o mandato, um presidente da República do Planalto teve a ousadia de fala em reduzir um milímetro na alíquota do imposto de renda. Foi desautorizado por um dos presidentes da República do Fisco. Você está quadradamente equivocado. Recolha-se à sua insignificância, trovejou o danadão. Reduzir alíquota não significa reduzir imposto, explicou. Aumentar alíquota é que reduz imposto, segundo a lógica do Fisco.
Os caras chamam os pagadores de imposto de contribuintes somente para tripudiar.
Nem Leonardo da Vince, nem Einstein, nem Platão, nem Dilma Roussef, ninguém consegue entender a descarga elétrica tributária do Brazil. Evoluímos do quinto dos infernos nos tempos da Colônia para o meeiro dos infernos da ditadura do Fisco.
Eles duplicam a meta para eletrocutar nossas pessoas físicas, jurídicas, biológicas e nossas pessoas de carne e osso, tripas e coração.