A ascensão das cidades inteligentes

Impulsionados pela Internet das Coisas, projetos urbanísticos apostam em cidades inteligentes para reduzir o impacto ambiental e garantir qualidade de vida

A ascensão das cidades inteligentes
Com o avanço de cidades inteligentes, a proteção de privacidade precisa ser atualizada (Foto: Fickr/Smart Cities SCXFC_63)
Quando se pensa em transformações urbanas, vem à lembrança megacidades como Xangai, Dubai e Hong Kong. No caso de avanços tecnológicos, São Francisco e o Vale do Silício surgem logo em mente.

Mas, em geral, as cidades na vanguarda dessa crescente revolução urbana têm uma presença bem mais discreta no cenário global.

Em Kalasatama, uma área próxima a Helsinki, na Finlândia, está sendo construída uma nova cidade inteligente com redes conectadas aos principais sistemas urbanos como prédios, energia e transporte. Segundo os responsáveis pelo projeto piloto, após a sua conclusão em 2030, os moradores pouparão em média uma hora do dia em suas atividades habituais.

Nunca mais ficarão presos atrás de um caminhão de lixo nas ruas. Engenheiros instalaram um sistema de coleta de lixo subterrâneo e a vácuo. Basta colocar os sacos de lixo em coletores. Assim que os coletores enchem, um sensor aciona o disparo dos resíduos que seguem para as centrais de coleta.

A fim de economizar tempo, os urbanistas concentraram a construção de prédios como escolas, hospitais e transporte público em áreas específicas e de fácil acesso.

“Essa logística poupa o tempo de transporte de crianças à escola, de trajeto para o trabalho e proporciona mais tempo de lazer”, disse Kerkko Vanhanen, diretor do projeto Smart Kalasatama, à CNN.

De acordo com um relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) publicado em 2018, estima-se que em 2050 as cidades concentrarão 68% da população do mundo. Portanto, é essencial pensar em projetos urbanísticos inovadores para diminuir o impacto ambiental e garantir a qualidade de vida.

A humanidade dedica-se há séculos a explorar melhor o local onde vive. O planejamento urbano da antiga Mesopotâmia e a construção no século XVII do sistema de canais em Amsterdã são exemplos da intervenção do homem em seu meio ambiente.

Mas agora o foco é mais tecnológico. A Internet das Coisas (IoT, em inglês), a interconexão digital de objetos cotidianos com a internet, revolucionou o conceito de ambiente urbano. No sistema integrado das casas inteligentes é possível controlar a iluminação, temperatura, a ativação de eletrodomésticos e do alarme, entre outras tarefas do dia a dia.

A cidade de Matera, no sul da Itália, também está investindo em um projeto inovador. Escolhida pela União Europeia como a Capital Europeia da Cultura em 2019, Matera quer ser uma das primeiras cidades a adotar a rede de alta velocidade 5G na Europa.

As autoridades locais querem transformar a cidade em um centro de turismo digital com a ajuda da rede 5G. A rede de alta velocidade permitirá o uso da tecnologia de realidade virtual para mostrar o patrimônio cultural e artístico da cidade, incluída em 1993 na lista do Patrimônio Cultural da Humanidade da Unesco.

“Existe um enorme interesse em revitalizar essa área para estimular o turismo e atrair investimentos”, disse Jonathan Reichental, especialista em inovação tecnológica em ambientes urbanos.

Porém, a tecnologia é uma ameaça à privacidade. “Os dados pessoais são compartilhados na internet e nas redes sociais. O aumento da quantidade de dados disponíveis no mundo digital exige que se estabeleçam critérios quanto ao uso dessas informações”, observou Reichental.

À medida que os projetos de cidades inteligentes evoluem, as normas de proteção à privacidade dos cidadãos precisam ser revistas e constantemente atualizadas, disse Udo Kock, vice-prefeito de Amsterdã, onde uma política de dados abertos está transformando a cidade em um dos ambientes mais inovadores da Europa.

Fonte:
CNN-Are small cities the smartest?

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