Matheus Leitão
Do G1
O promotor Carlos Eduardo Ferreira Pinto, ex-coordenador da força-tarefa que investigou a tragédia de Mariana (MG), afirmou ao blog que o rompimento das barragens em Brumadinho, Minas Gerais, mostra que o Brasil é incapaz de aprender com suas grandes tragédias. “O meu sentimento é de completo estarrecimento. O nosso país é incapaz de aprender lições com as grandes tragédias”, afirmou.
“Todo o setor produtivo trata até hoje a tragédia de Mariana como acidente. E as mortes do caso como externalidades da atividade da mineração. As mortes fazem parte do negócio”, completou o promotor.
MUDANÇAS NA LEI – Inspirado nas dez medidas contra a corrupção, o grupo de investigadores liderados por Carlos Eduardo Ferreira Pinto apurou, durante um ano, propostas de alterações na legislação à Assembleia de Minas Gerais, à Câmara dos Deputados e ao Senado, que buscavam evitar tragédias como a de Mariana e Brumadinho.
O nome da iniciativa estadual dos promotores era “Mariana Nunca Mais”. Como no caso do combate à corrupção, eles geraram um movimento popular local, conseguindo mais de 60 mil assinaturas.
“Sabe quais alterações eles fizeram aqui? Nenhuma. Os projetos acabaram engavetados pela pressão do setor monetário”, afirma o investigador, que liderou a investigação de Mariana até dezembro 2016.