Membro da Comissão de Direitos Humanos do Parlasul, grupo de parlamentares do Mercosul, o líder da Oposição ao governo Temerno Senado, Humberto Costa (PT-PE), denunciou, nesta quinta-feira (8), em Buenos Aires, onde cumpre missão oficial, que o discurso de ódio do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) contra seus opositores já está gerando uma série de violações de direitos humanos no Brasil, principalmente em escolas e universidades.
Para Humberto, as ideias do capitão reformado, que chegou à Presidência da República do país no último dia 28, ameaçam a democracia e exigem uma vigilância permanente dos países-membros do Mercosul (Argentina, Brasil, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Venezuela). “Não sabemos o que vai acontecer no Brasil depois da posse de Jair Bolsonaro, um militar que deixou o Exército por ter concepções políticas e sociais muito extremas. Agora, temos certeza de que os direitos humanos não serão respeitados. Vivemos um momento político de muito temor por conta de uma pessoa que tem aversão aos direitos humanos”, declarou.
Ele destacou que o futuro ministro da fazenda do governo Bolsonaro já declarou que o Mercosul não será prioridade e que Bolsonaro“defende abertamente a tortura” como método legítimo a ser usado pelo Estado. “O presidente eleito já afirmou que a ditadura militar no Brasil deveria ter matado 30 mil de pessoas. É um absurdo”, comentou. Humberto pediu o apoio e a solidariedade dos colegas para que fiquem atentos ao desenrolar dos fatos no Brasil, que já registra casos de violência.
O líder da Oposição denunciou que, durante esta semana, o Centro de Filosofia e Ciências Humanas, da Universidade Federal de Pernambuco, registrou um ato repugnante: panfletos apócrifos com ameaças nominais a alunos e professores foram distribuídos no local. Para o senador, a iniciativa foi uma clara tentativa de criar um clima de terror e intimidação no ambiente universitário. Havia um aviso de que estudantes e docentes considerados de esquerda seriam banidos da UFPE quando Bolsonaro assumisse o governo.