Ex-diretor do Banco Central sugeriu que o ex-ministro José Dirceu tentou chegar perto do cofre do banco

Isaac Sidney defendeu ex-chefe candidato à Presidência. (Foto: Reprodução/Twitter)

Central Isaac Sidney sugeriu que o ex-ministro José Dirceu tentou chegar perto do cofre do banco. Ele comentou pelo Twitter que “pode testemunhar” declaração da campanha do seu ex-chefe Henrique Meirelles de que, quando presidiu a instituição, “não deixou ninguém chegar perto do cofre”. A informação é do jornal Estado de S. Paulo.

Na época, Isaac era chefe de gabinete de Meirelles. “E não foi por falta de investida, inclusive por gente que hoje declara que pretende acabar com o poder de investigação do Ministério Público”, escreveu, numa indireta ao petista José Dirceu.

Em entrevista ao portal AZ, do Piauí na semana passada, o petista disse: “Tem que tirar o poder de investigação do Ministério Público. O Ministério Público só é para acusar. Não há controle nenhum. E mais: uma corporação com os maiores privilégios do Brasil.”

“Foi infeliz”

José Dirceu disse nesta segunda-feira em entrevista coletiva em São Luís do Maranhão que foi “infeliz” a declaração que fez de que o PT iria “tomar o poder” em caso de um golpe. Em entrevista ao El País na semana passada, o ex-ministro-chefe da Casa Civil de Lula havia sido perguntado se acreditava na possibilidade de o PT ganhar essas eleições e não levar. Em resposta, afirmou achar “improvável” que isso ocorresse, mas que,se viesse a acontecer, seria “uma questão de tempo para a gente tomar o poder. Aí a gente vai tomar o poder, o que é diferente de ganhar uma eleição”.

A polêmica foi repercutida por grande parte da imprensa ao longo da semana passada e foi reproduzida, no Twitter, pelo candidato Jair Bolsonaro (PSL). Procurado, Dirceu não quis falar novamente com a reportagem. Em caravana para o lançamento de seu novo livro – Zé Dirceu – Memórias volume 1 -, a reportagem apurou que o petista passou o final de semana se preparando para responder sobre suas declarações na entrevista coletiva que daria nesta segunda em São Luís.

Questionado, ele afirmou que “tiraram do contexto completamente” sua resposta, mas reconhece que não foi uma boa declaração. “Foi infeliz porque dá condições para se explorar, como se existisse uma coisa que é ganhar a eleição, e existisse outra coisa que é ganhar o poder. Não é isso que eu quis dizer”, afirmou. “Eu estava respondendo no caso de golpe de Estado. No caso de golpe de Estado não tem mais eleição”. E afirmou que “jamais defenderia” que invés de ganhar a eleição, o PT deveria tomar o poder.

Tentando mudar o foco de sua polêmica, o ex-ministro aproveitou para atacar o principal rival de Fernando Haddad (PT) nesta eleição, Bolsonaro, líder nas pesquisas. “O grave é o que Bolsonaro falou, não o que eu falei”. Ele se refere a uma declaração feita pelo candidato no programa policial de José Luis Datena, na TV Bandeirantes, na semana passada. Na primeira entrevista que concedeu após o ataque que sofreu no dia 6 de setembro, o presidenciável disse que não aceitaria um resultado diferente de sua vitória nesta eleição. “Pelo que vejo nas ruas, não aceito resultado diferente da minha eleição”, afirmou.

O candidato também acabou tendo que se retratar depois, ao afirmar ao jornal O Globo que não foi exatamente isso que ele quis dizer. “Sei que não tenho nada para fazer [em caso de derrota]. O que quis dizer é que não iria, por exemplo, ligar para o Fernando Haddad depois e cumprimentá-lo por uma vitória”, disse.

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