Deborah Fortuna
Correio Braziliense
Com um slogan “Menos Brasília, Mais Brasil”, o candidato à presidência da República Jair Bolsonaro (PSL) divulgou o projeto de governo, caso eleito em outubro deste ano. No documento intitulado de “Projeto Fênix”, de 81 páginas, Bolsonaro propõe a unificação de ministérios ligados à economia, revisão do Estatuto do Desarmamento e redução da maioridade penal para 16 anos.
Como justificativa do slogan, o projeto diz que “Brasília não pode ser o objetivo final de um governo”. “Quase 99% da população vive nos outros 5.570 municípios do Brasil. Os ministros passam a ser executivos em suas respectivas áreas, com a missão de coordenar esforços de governadores, prefeitos e seus secretários para o atingimento de metas claras”, diz o texto.
O documento também culpabiliza os partidos de esquerda, e diz que após 30 anos no poder, as siglas corromperam “a democracia” e estagnaram a “economia”.
LIBERAL-DEMOCRATA – “Faremos uma aliança da ordem com o progresso: um governo Liberal Democrata. Segurança, Saúde e Educação são nossas prioridades. Tolerância ZERO com o crime, com a corrupção e com os privilégios”, escreveu. E como uma das propostas também indica o “redirecionamento da política de direitos humanos, priorizando a defesa das vítimas da violência”.
Além disso, o plano tipifica como terrorismo as invasões de propriedades rurais e urbanas no território brasileiro e garante que os policiais serão “protegidos por uma retaguarda jurídica”. Para isso, o projeto garante que é uma “mentira da esquerda” a frase que diz que a Polícia é a que mais mata. “Enquanto a esquerda está preocupada com as mortes associadas a ações policiais, segundo a Ordem dos Policiais do Brasil (OPB), foram mortos 493 policiais em 2016! Em 2017 esse total subiu para 552”.
FIM DO MAIS MÉDICOS – No que diz respeito ao programa Mais Médicos, Bolsonaro diz que os “irmãos cubanos serão libertados”. Assim, as famílias desses médicos podem imigrar para o Brasil, e caso sejam aprovados, passarão a receber integralmente o valor “roubado pelos ditadores de Cuba”.
Sobre a economia, para alcançar os objetivos sociais, os brasileiros, segundo o candidato, devem afastar o “populismo” e garantir que o descontrole das contas públicas nunca ameace o bem-estar da população. Para gerir os planos econômicos, o governo terá dois órgãos principais: o Ministério da Economia e o Banco Central. O novo órgão abarcará as funções, hoje, desempenhadas pelos Ministérios da Fazenda, Planejamento e Indústria e Comércio, bem como a Secretaria Executiva do PPI (Programa de Parcerias de Investimentos).