Inquérito está em sigilo na promotoria estadual e apura recebimento de R$ 10, 3 milhões para campanhas de 2010 e 2014
O ex-governador e pré-candidato ao Planalto pelo PSDB, GeraldoAlckmin, foi notificado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) a prestar depoimento no dia 15 de agosto no inquérito que o investiga por suspeita de improbidade administrativa pelo suposto recebimento de R$ 10,3 milhões de caixa 2 da Odebrecht nas campanhas de 2010 e 2014 ao governo do Estado.
Será a primeira vez em que o tucano vai falar num inquérito do braço paulista da Lava-Jato. Segundo o documento que determinou a abertura do inquérito, Alckmin teria recebido R$ 2 milhões em 2010 e R$ 8,3 milhões em 2014 para suas campanhas pelo goveno do estado de São Paulo. Como a investigação é no campo civil, por improbidade administrativa, a pena, em caso de condenação, não incluiria prisão, mas a perda de bens obtidos ilicitamente e dos direitos políticos, além do pagamento de multa.
Três executivos da Odebrecht — Benedicto Barbosa da Silva Júnior, Armando Guedes Paschoal e Arnaldo Cumplido de Souza e Silva — afirmaram que fizeram os pagamentos por meio de Adhemar César Ribeiro, cunhado de Alckmin.
Os valores teriam sido entregues a Marcos Antônio Monteiro que, segundo o MP, era diretor-presidente da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo e coordenador financeiro da campanha do ex-governador à época.
Alckmin deixou o cargo no dia 6 de abril para trabalhar na sua campanha para a Presidência da República. Com isso, perdeu o foro, e as investigações sobre ele, que estavam no Superior Tribunal de Justiça (STJ), foram remetidas para a primeira instância.
Alckmin disse nesta terça-feira não ter conhecimento da convocação para prestar depoimento, mas que, se chamado, comparecerá.
_ Prestarei todos os esclarecimentos. É dever de quem está na vida pública prestar contas cotidianamente de seus atos _ afirmou Alckmin.