Líderes já estão em Cingapura para o encontro previsto para começar às 9h da próxima terça-feira, 12, 22h desta segunda-feira, 11, pelo horário de Brasília
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, já estão em Cingapura para o esperado encontro entre os líderes.
O encontro está previsto para começar às 9h da próxima terça-feira, 12, 22h desta segunda-feira, 11, pelo horário de Brasília. A reunião será no luxuoso hotel Capella, na ilha de Sentosa. Para garantir que o encontro ocorra sem problemas, o governo de Cingapura designou parte de sua região central como “zona especial” e montou um forte esquema de segurança.
Os principais pontos a serem discutidos no encontro será o desmantelamento do programa nuclear e balístico da Coreia do Norte e a estabilização da Península Coreana, dois objetivos pretendidos pelo governo americano. A Coreia do Norte, por sua vez, espera garantir segurança e incentivos econômicos de forma a aliviar o colapso financeiro do país, fruto do isolamento e das sanções aplicadas pelos EUA e pela ONU.
Logo ao aterrissar em Cingapura, Trump expressou otimismo em relação à cúpula. “É excelente estar em Cingapura! Sinto no ar a empolgação”, escreveu o presidente americano em sua conta oficial no Twitter.
O líder norte-coreano também pareceu animado para o encontro e posou para uma foto sorridente ao lado do ministro das Relações Exteriores de Cingapura, Vivian Balakrishnan. O sorriso é um bom indício, uma vez que Kim é conhecido por sua seriedade em encontros oficiais. No final de maio, por exemplo, a televisão estatal russa usou a ferramenta photoshop para manipular a foto oficial do encontro entre Kim Jong-un e o ministro das Relações Exteriores russo, Sergei Lavrov, de forma a colocar um sorriso no rosto do líder norte-coreano.
Para analistas políticos, o sorriso natural que Kim traz desta vez indica que ele está animado em realizar um antigo sonho de seu avô, o fundador da Coreia do Norte, Kim Il-sung, que sempre desejou negociar em pé de igualdade com os Estados Unidos, conforme apontou uma análise da rede alemã de notícias Deustche Welle (confira aqui a análise na íntegra).
No entanto, há ceticismo em relação à disposição de Kim para encerrar o programa nuclear norte-coreano. O presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in, por exemplo, disse nesta segunda-feira que o encontro é “um marco histórico no caminho para a paz”. Porém, ele ressaltou que o desarmamento da Coreia do Norte é “um processo de anos” e que a cúpula pode ser apenas o preâmbulo da desnuclearização.
A desastrosa cúpula do G7, ocorrida entre os dias 8 e 10 deste mês, no Canadá, também contribui para o ceticismo em torno do encontro. Isso porque a cúpula encerrou sem um consenso entre os lideres sobre as sobretaxas americanas ao aço e alumínio e o acordo nuclear com o Irã. Apesar do fracasso, há expectativa de que Trump use o encontro com Kim para destacar sua habilidade como negociador e resgatar sua credibilidade no quesito diplomacia, afetada pela saída unilateral do acordo nuclear com o Irã e pela falta de consenso na cúpula do G7.