Poeta Marsel Botelho
Soneto para Carlos Pena Filho
Poeta Marsel Botelho
Numa manhã cinza, de estranhas nuvens,
Ponho-me a pensar-te versos porque vazio.
De palavras poucas e de muitos desdéns,
Pinço estes versos e no mais me contrario.
Um vento louco me lança em teu caminho
E, aos gritos, acorda toda a vizinhança.
A poesia que te arrancou do pergaminho,
Poeta, hoje me açoitou e me deu ânsia!
Quis fugir e não pensar em ti,
Ver tanto azul quanto tu viste,
Fazer do silêncio o meu altar.
Perdoes, não pude silenciar.
Assim, que sou menos triste
Por tanto mais te sentir.