PF chama fornecedores de obra de filha de Temer

Investigadores suspeitam que emedebista tenha lavado dinheiro de propina em obras e em transações de imóveis

Folha de S.Paulo

A Polícia Federal intimou fornecedores contratados na reforma da casa de uma das filhas do presidente Michel Temer, Maristela Temer, para depoimentos. Investigadores suspeitam que emedebista tenha lavado dinheiro de propina em obras e em transações de imóveis, como mostrou a Folha na última sexta.

Um dos chamados a depor foi Piero Cosulish, da Ibiza Acabamentos. Sua oitiva está marcada para sexta (4).

Em março, o empresário disse à Folha que recebeu os pagamentos referentes à obra de Maristela das mãos de Maria Rita Fratezi mulher do coronel João Baptista Lima, apontado por delatores como um intermediário de Temer no recebimento de propina.

“Foi Maria Rita Fratezi quem fez os pagamentos, em espécie, em parcelas. Os pagamentos foram feitos dentro da loja”, disse à época.

“Ela [Maria Rita] vinha fazer o pagamento. Se estava dentro de um envelope, dentro de uma bolsa, não sei te confirmar”, acrescentou.

Nesta quarta (2), o arquiteto Carlos Roberto Pinto foi ouvido. Ao Jornal Nacional, no ano passado, ele disse ter sido contratado pela mulher do coronel Lima para atuar na reforma. O depoimento de Maristela também já está agendado e deve acontecer nesta quinta, em São Paulo.

INVESTIGAÇÃO

Uma das principais suspeitas de investigadores da PF é de que o presidente tenha lavado dinheiro de propina no pagamento de reformas em casas de familiares e dissimulado transações imobiliárias em nomes de terceiros, na tentativa de ocultar bens. Até o momento, a apuração da polícia aponta que o presidente recebeu, por meio do coronel, ao menos R$ 2 milhões de propina em 2014. A origem desse dinheiro são, para a investigação, a JBS e uma empresa contratada pela Engevix

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