Maristela vai depor sobre reforma. PF suspeita que Temer tenha lavado dinheiro com obras e imóveis
Jonal do Brasil
O depoimento de Maristela Temer, marcado para a próxima quinta-feira (3), foi um dos motivos que levou o seu pai, o presidente Michel Temer, a cancelar a viagem de dez dias que faria à Ásia, a partir do sábado. Embora oficialmente o Palácio do Planalto afirme que o cancelamento tenha sido motivado unicamente pela pauta de votações, o presidente estaria preocupado com a repercussão do depoimento aqui no Brasil, por isso, precisaria não se ausentar por tanto tempo.
A nota oficial, divulgada pela secretaria de Comunicação do Palácio do Planalto diz que “o adiamento da viagem do presidente Michel Temer à Ásia se deu unicamente porque, tendo em vista o calendário eleitoral, a ausência do chefe de governo do país, neste momento, obrigaria os presidentes da Câmara e do Senado a também deixarem o território nacional simultaneamente, prejudicando votações importantes ao País”.
Será a primeira vez na história do Brasil que a filha de um presidente em exercício de mandato prestará depoimento à Polícia Federal. Maristela foi convocada por suspeita de ter tido a sua casa reformada com dinheiro de propina paga pela empresa JBS. Segundo as investigações, os repasses teriam sido feitos pelo coronel João Baptista de Lima, amigo de Temer.
O alvo da investigação é, na verdade, o próprio presidente Temer, acusado de irregularidades na edição do Decreto dos Portos. A suspeita é de que Temer tenha lavado dinheiro de propina com reformas e compras de imóveis para familiares.
O presidente também é investigado no inquérito da Lava Jato que apura o pagamento de propina pela Odebrecht aos ministros Eliseu Padilha, da Casa Civil e Moreira Franco, da Secretaria Geral da Presidência.