Maria Lima
O Globo
Intensificando a agenda para costura de alianças com partidos de centro, o pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, disse em jantar com a bancada do PSD do Nordeste, que está otimista com o quadro eleitoral “totalmente novo” com o ex-presidente Lula fora do páreo. No jantar que entrou pela madrugada sob o comando do ministro das Comunicações Gilberto Kassab, presidente do PSD, o Alckmin disse que o eleitorado órfão de Lula não vota no pré-candidato Jair Bolsonaro (PSL) de jeito nenhum e o quadro muda a partir de agora, quando o povo começa a perceber que Lula não é mais candidato.
O candidato tucano deixou o jantar na casa do deputado Fábio Faria (PSD-RN) com o apoio do PSD praticamente garantido. Os deputados do Nordeste discutiram com ele, basicamente, estratégias para conquistar o eleitor lulista do Nordeste. Todos colocaram o peso indiscutível de Lula no Nordeste, mas avaliaram que o voto é dele e, inelegível, não tem um candidato cativo na região.
COM O PT – Dos nove estados do Nordeste apenas os representantes da Bahia e de Sergipe anunciaram alianças regionais com o PT, mas a nível nacional devem seguir a aliança que vier a ser fechada por Kassab com Alckmin depois de ouvir as bancadas das outras regiões.
O ex-deputado Domingos Filho, pai do líder do PSD, Domingos Neto (CE), disse que após uma radiografia das composições em cada estados, todos os presentes disseram que seguirão a orientação de Kassab para o fechamento da aliança nacional, que deve convergir para Alckmin.
Kassab disse que ainda faltam cinco meses e meio de campanha e que até lá Alckmin , como nome com maior viabilidade, deve aglutinar apoios como o candidato do centro.
VOTOS DE LULA – Alckmin , que tem oscilado nas pesquisas com cerca de 8% das intenções de votos, considera que pode morder uma parte inclusive dos votos de Lula para começar a decolar.
— Com Lula inelegível muda totalmente o quadro. Daqui para a frente o povo vai começar a perceber que ele é inelegível, o que abre um grande espaço sobretudo no Nordeste. Bolsonaro deve começar a cair e em um segundo turno o eleitor do Lula não vai nunca para ele — avaliou Alckmin.
SUGESTÃO – Alckmin anotou todas as sugestões. Uma delas foi que ele estimule a candidatura do senador Tasso Jereissatti (CE), presidente do Instituto Teotônio Vilella e coordenador do plano de governo, e apontado como o único capaz de bater o atual governador Camilo Santana, do PT, que está fechando aliança com o MDB do senador Eunício Oliveira.
— Quanto mais Tasso diz que não é candidato mais ele sobe nas pesquisas. Ele me disse que só seria candidato se Anastasia fosse candidato em Minas. Anastasia já aceitou ser. Tasso candidato ajuda muito — disse o líder Domingos Neto.
O ministro Gilberto Kassab disse que o sentimento majoritário no PSB é apoiar Alckmin e que os deputados da bancada nos estados do Nordeste já tem alianças com o PSDB, com exceção de Bahia e Sergipe. Ele disse que o episódio Aécio Neves (PSDB-MG), transformado em réu pelo STF, não terá impacto no fechamento dessa aliança com Alckmin.