Andreza Matais
Estadão
O ex-presidente Lula foi aconselhado por integrantes da cúpula do PT a pedir asilo a uma embaixada para escapar da prisão. A sugestão foi feita no mesmo dia em que o Supremo negou pedido de HC. Petistas tentaram convencê-lo a se refugiar em Brasília nos prédios das embaixadas da Rússia ou de Cuba, países com quem mantêm boa relação. De lá, poderia continuar dando entrevistas durante toda sua campanha ao Planalto. Lula rechaçou a ideia e se comparou a Nelson Mandela, preso por 27 anos em regime fechado por lutar contra o apartheid.
Mas é bem diferente. Lula foi condenado a 12 anos e 1 mês de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro. Ele é acusado de receber da OAS um triplex no Guarujá.
LULA LÁ? – Mesmo preso, Lula pode registrar a candidatura ao Planalto, segundo dois advogados eleitorais e um ex-ministro do TSE ouvidos pela Coluna. Um especialista lembra que até um preso por suspeita de pistolagem foi eleito vereador na Paraíba em 2016.
Mas há controvérsias. Um ministro do TSE afirma, porém, que Lula não teria nem como pedir o registro porque precisará apresentar certidões criminais. A falta do documento já seria o impeditivo para ele conseguir entrar na disputa.
Quanto à candidatura da ex-presidente Dilma Rousseff, parece só cena. Embora tenha transferido o domicílio eleitoral para Minas, petistas dizem que as chances de Dilma disputar a eleição para o Senado pelo Estado é a mesma dos ministros Luís Roberto Barroso e Gilmar Mendes virarem amigos de infância. Dilma descartou disputar o Senado pelo Piauí por se recusar a fazer chapa com Ciro Nogueira (PP), que votou a favor do impeachment dela. É impublicável o que ela respondeu a quem sugeriu a aliança no Estado, onde PP e PT farão uma dobradinha.