Daniela Lima
Folha (Painel)
O assassinato da vereadora Marielle Franco levou o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), a reforçar as críticas que tem feito ao governo Michel Temer (MDB) desde o início da intervenção na segurança pública do Rio. Em conversas com aliados, o deputado apontou o crime como resultado da falta de planejamento da operação e voltou a criticar a maneira açodada como ela foi deflagrada pelo presidente. Para Maia, Temer agiu por razões políticas, não militares.
Numa avaliação mais pessimista, Maia e os aliados cogitaram a possibilidade de que o assassinato tenha sido uma ação deliberada de milícias associadas à banda podre da polícia para atingir o governo e lançar dúvidas sobre a intervenção.
NÃO É BEM ASSIM – Eleito na quarta (14) para o Conselho da República, o deputado José Carlos Aleluia (DEM-BA) diz que, se o colegiado for consultado por Temer sobre o prosseguimento da ação, defenderá a continuidade da intervenção no Rio e sua ampliação.
Rodrigo Maia quer que a Câmara acompanhe as investigações do crime e seja rigorosa na cobrança de punições. Hostilizado na sessão solene convocada em homenagem à vereadora carioca nesta quinta-feira (dia 15), o deputado autorizou a criação de uma comissão a pedido do PSOL.
MARUN INACESSÍVEL – Deputados acostumados a ser recebidos a qualquer hora pelo ministro Carlos Marun encontraram nesta semana um aviso na Secretaria de Governo: ninguém mais será atendido sem agenda. Parlamentares reclamam que agora precisam esperar uma semana para marcar reunião.
Marun está na contramão. Líderes do governo no Congresso já disseram a Temer que, ao sugerir o impedimento do ministro do Supremo Tribunal Federal Luís Roberto Barroso, Marun pode ter dado um tiro no pé do governo. Afirmaram que o movimento pode criar solidariedade a Barroso, em vez de isolá-lo na corte.