A situação na República Democrática do Congo não está nada boa anos depois da guerra civil
The Economist
Para entender o conflito, uma boa analogia seria imaginar uma casa gigante, cuja estrutura está ruindo. Este era o estado da República Democrática do Congo sob o regime do corrupto Mobutu Sese Seko, que governou de 1965 e 1997. Depois, imagine que uma bala de canhão colocou a casa abaixo. Essa bala foi lançada pela Ruanda, a pequena e turbulenta vizinha da República Democrática do Congo. Agora imagine que todas as gangues locais foram roubar as joias de família e o conflito ficou violento.
Mobutu e seus subordinados saquearam o estado até que ele mal conseguisse se suportar. Quando veio o genocídio de Ruanda em 1994, o estado congolês entrou em colapso. Os perpetradores do genocídio, que foram derrotados em casa, fugiram para a República Democrática do Congo. A Ruanda, então, invadiu o país para eliminá-los.
Os ruandeses derrubaram Mobuto e colocaram seu aliado local, Laurent Kabila, no lugar. Kabila, então, mudou de lado, armou os responsáveis pelo genocídio e Ruanda tentou derrubá-lo também, mas a Angola e o Zimbábue o salvaram.
Oito países se envolveram no conflito, junto com várias milícias locais. A guerra acabou quando todos os lados estavam exaustos e sob pressão dos doadores dos governos envolvidos. Os capacetes azuis das Nações Unidas chegaram. O filho de Kabila, Joseph, se tornou presidente desde o assassinato de seu pai em 2001. Atualmente, a lei vale pouco. Quando um juiz recentemente se recusou a ir contra um líder de oposição, bandidos invadiram sua casa e estupraram sua esposa e sua filha.
Joseph Kabila foi eleito para um último mandato em 2011. Seu mandato iria até 2016, mas ele continuou no poder. Ele é muito impopular, não mais de 10% dos congoleses são a favor dele. Dez das 26 províncias estão sofrendo com o conflito armado. Várias milícias estão derramando sangue novamente. Esta é uma evidência de que países que sofreram uma guerra civil recentemente são mais propensos a sofre outro conflito.
O mundo deveria se preocupar com a República Democrática do Congo e ajudá-la. Primeiro porque seus cidadãos são seres humanos e merecem uma vida melhor. Além disso, o Congo é enorme, logo, quando a situação for catastrófica, as consequências vão se espalhar.
Doadores do governo deveriam pressionar Kabila a manter sua promessa de fazer novas eleições no final do ano em vez de comandar o governo novamente.