Ministro da Cultura bate boca com plateia na entrega do Prêmio Camões

Premiado, Raduan Nassar atacou governo Temer

Roberto Freire defendeu legitimidade da gestão

Presentes reagiram às declarações com vaias

O ministro da Cultura, Roberto Freire (PPS-SP)Agência Brasil

O ministro da Cultura, Roberto Freire (PPS-SP) provocou um bate-boca na entrega do Prêmio Camões, na manhã desta 6ª feira (17.fev.2017) em São Paulo. Premiado, o escritor Raduan Nassar, 87, leu 1 discurso com críticas ao governo de Michel Temer e ao ministro licenciado da Justiça, Alexandre de Moraes.

Em nota, o Ministério da Cultura culpou o PT pelo fato.

Assista ao vídeo postado no twitter pela jornalista Carol Pires, colaboradora da versão em espanhol do New York Times:

[youtube https://www.youtube.com/watch?v=J1SBOdLpxqA]

“Vivemos tempos sombrios, muito sombrios”, afirmou o escritor. Em seu discurso, Nassar afirmou que há 1 golpe “consumado” no Brasil após impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.

Sobre Moraes, o escritor disse: “Com currículo mais amplo de truculência, Moraes propiciou também, por omissão, as tragédias nos presídios de Manaus e Roraima.

Freire discursou em seguida. Irritado, o ministro sugeriu que Nassar abrisse mão do prêmio de 100 mil euros. “Quem dá prêmio a adversário político não é a ditadura”, disse.

“Que os jovens façam [chamar o governo Temer de golpista] isso já seria preocupante, mas não traria esta perplexidade de confundirmos, e vocês aqui presentes evidentemente são testemunhas de que não há nenhuma confusão, o momento democrático que vive o Brasil.”

MINC RESPONDE

O Ministério da Cultura (MinC) lamenta, mais uma vez, a prática do Partido dos Trabalhadores em aparelhar órgãos públicos e organizar ataques para tentar desestabilizar o processo democrático. Durante a cerimônia de entrega do Prêmio Camões de Literatura, em São Paulo, o ministro da Cultura, Roberto Freire, teve sua fala interrompida por manifestantes partidários, sinal de desrespeito à premiação oficial dos governos de Brasil e Portugal.

Considerada a mais importante distinção da Língua Portuguesa, o prêmio concedeu 100 mil euros (sendo 50 mil euros arcados pelo MinC) ao escritor brasileiro Raduan Nassar.

O agraciado foi respeitado por todos durante sua fala, ao contrário do que ocorreu com o ministro da Cultura, interrompido de forma agressiva. Apesar de ser um adversário político do governo, Raduan recebeu o prêmio, legitimando sua importância. Uma premiação literária com essa dimensão não merecia esse comportamento intolerante de alguns, que tentaram partidarizar o evento.

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