Do G1
A Comissão Executiva Nacional do PT classificou como “desnecessária” e “midiática” a busca e apreensão realizada pela Polícia Federal na sede do partido em São Paulo, hoje, no âmbito da Operação Custo Brasil, desdobramento da 18ª fase da Operação Lava Jato. A ação investiga o desvio de R$ 100 milhões de um serviço de gestão do crédito consignado a funcionários públicos.
A busca na sede do PT contou com a participação de cerca de dez agentes do Grupo de Pronta Intervenção (GPI). Eles usavam roupas camufladas porque são considerados policiais de elite da Polícia Federal. Um agente de informática participou do ato e apreendeu um disco rígido de computador.
“Em meio à sucessão de fatos e denúncias envolvendo políticos e empresários acusados de corrupção, monta-se uma operação diversionista na tentativa renovada de criminalizar o PT”, diz a nota.
No texto, o partido ressalta ainda ser preciso garantir o amplo direito de defesa e o princípio de presunção de inocência aos filiados que são alvo de acusações, e finaliza informando que o partido está à disposição das autoridades para prestar esclarecimentos.
O advogado do PT, Luiz José Bueno de Aguiar, disse que a busca e apreensão foi “tranquila e sem violência”, e considerou o ato desnecessário. “Poderia ser feito de outras formas”, afirmou. Aguiar disse que os delegados da PF não entraram na sala do presidente do partido, Rui Falcão, e se limitaram a buscar documentos contábeis. “São documentos públicos”, destacou.
“São dois inquéritos policiais de 2015 e um processo da 6ª Vara da Justiça Federal de São Paulo de 2016. Não tive acesso ainda aos inquéritos”, disse o advogado.
A bancada do PT no Senado também emitiu nota, na qual classifica de “abuso de poder” e “invasão” o cumprimento de mandados de busca e apreensão realizadas na residência da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), mulher do ex-ministro Paulo Bernardo, um dos presos na operação.