O empresário Joaquim José Maranhão da Câmara, preso nesta quinta-feira (23) na Operação Custo Brasil, já teve função de buscar patrocínio para dois clubes através da Federação Pernambucana de Futebol (FPF). De acordo com o presidente da entidade, Evandro Carvalho, Maranhão foi o responsável pela captação de R$ 100 mil para o Salgueiro e do mesmo valor para outro time não informado em jogos da Copa do Brasil. Carvalho frisou, porém, que isso nada tem a ver com a Consucred, empresa envolvida nas investigações da Polícia Federal.
Maranhão foi preso em casa, no bairro da Jaqueira, na Zona Norte, e levado para a sede da PF em São Paulo, onde será ouvido. O sócio dele na empresa, Emanuel Dantas do Nascimento, foi preso em Boa Viagem, na Zona Sul.
Carvalho é próximo de ambos e afirmou que eles estão tranquilos, embora surpresos. “Não têm nada a esconder e nunca foram intimados”, disse o presidente da FPF, em defesa dos amigos. “Os advogados vão cuidar disso.”
A Custo Brasil é um desmembramento da Operação Lava Jato que investiga um esquema de pagamento de propinas supostamente envolvendo o Ministério de Planejamento, Orçamento e Gestão no governo Dilma Rousseff (PT). O ex-ministro Paulo Bernardo, marido da senadora Gleisi Hoffmann (PT), foi preso pela Polícia Federal mais cedo.
Para a PF, Paulo Bernardo recebeu valor estimado em R$ 7 milhões do esquema, que teria chegado a movimentar R$ 100 milhões. Há indícios de que parte do valor total também foi usado pelo Partido dos Trabalhadores. Os ex-tesoureiros do partido Paulo Ferreira e João Vaccari Neto, já preso, também foram alvos de pedidos de prisão preventiva.
Segundo a Polícia Federal, o esquema começou com a determinação para a contratar a empresa Consist para gerenciar empréstimos consignados para servidores. A investigação apontou que a empresa ficava com apenas 30% do faturamento, passando os outros 70% para ‘parceiros’. Para isso, porém, os valores cobrados cresceram. Se seriam cobrados R$ 0,30 por mês para os beneficiários do crédito normalmente, com a Consist o valor pago pelos servidores era de R$ 1, por exemplo.