“Para ele, o impeachment é um instrumento legítimo e constitucional, mas fazer diferente do que a Constituição diz sobre o assunto é golpe”.
Ao comentar a atual crise política do país, o senador Cristovam Buarque (PPS-DF) afirmou, nesta sexta-feira (8), que nunca os brasileiros falaram tanto sobre um assunto como o impeachment da presidente Dilma Rousseff. Todavia, observou ele, o que está havendo é torcida, contra e a favor, e não um debate aprofundado. Para o parlamentar, os brasileiros não estão conseguindo articular uma discussão mais detalhada sobre o tema, tampouco sobre as consequências de um eventual impedimento da chefe do Executivo.
— O tema está polarizado, sectariamente, de modo que não é possível convencer as pessoas, mas convertê-las. O problema é que política não se faz com conversão, mas com convicção. Estamos torcendo e não debatendo com a profundidade que deveríamos. E estamos exigindo opções imediatas. Até há pouco tempo o ‘Fla x Flu’ era entre o PT e o PSDB. Agora, ficou entre o PT e o PMDB — lamentou.
O senador informou que está analisando o tema para tomar uma posição se o pedido passar pela Câmara e chegar ao Senado. Para ele, o impeachment é um instrumento legítimo e constitucional, mas fazer diferente do que a Constituição diz sobre o assunto é golpe.
Em aparte, o senador Telmário Mota (PDT-RR) defendeu a presidente Dilma Rousseff, lembrando que ela não está citada na operação Lava Jato, mas que o vice Michel Temer e o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, estão.
Já Lindbergh Farias (PT-RJ) disse que, uma vez derrotado o impeachment, a saída para o Brasil é o governo se reinventar com cara nova, ministros novos e novo programa econômico.
Agência Senado (Reprodução autorizada mediante citação da Agência Senado)