Ao saber que a comissão da Câmara aprovou o relatório que pede o afastamento de Dilma, Lula, que estava em um ato em defesa de Dilma e do PT no Rio de Janeiro, deu mais uma demonstração de arrogância: disse que a votação no plenário, no próximo domingo, é que importa:
— A comissão acabou de derrotar a gente, parece que 38 a 27, mas isso não quer dizer nada. A comissão foi montada pelo Eduardo Jorge (Eduardo Cunha). É o time dele. Domingo é que nós temos que ter clareza. Nós sabemos que temos que conversar com os deputados.
Lula estava abraçado ao cantor Chico Buarque, aquele que parece achar Cuba um modelo para o Brasil, mas gosta mesmo do apartamento que tem Paris, voltou a falar na existência de um “golpe em andamento” contra o governo Dilma. O cantor Chico Buarque esteve presente e discursou a favor de Dilma para o público, que lotou a Fundição Progresso, na Lapa. O ato seguiu para o lado de fora, onde um palco foi montado sob os Arcos da Lapa. A Polícia Militar não divulgou estimativa de público.
Chico Buarque subiu ao palco e deu um abraço em Lula. O cantor disse que não pretendia falar, por já haver se manifestado no ato do dia 31 de março, mas se sensibilizou com os gritos do público, que entoou “Chico, eu te amo”:
— Depois eu vi que vocês amam todo mundo — brincou. — Estaremos juntos em defesa da democracia. Não vai ter golpe — disse rapidamente.
Entre os artistas presentes estavam Wagner Moura, Simone Spoladore, Leonardo Boff, Otto, Ziraldo, Alceu Valença, Beth Carvalho, que gravou um samba contra o impeachment, Fernando Morais, Gregório Duvivier, Letícia Sabatella, Rico Dalasam, Tico Santa Cruz, Nelson Sargento, Eric Nepomuceno, Luiz Carlos Barreto, , Jards Macalé, Aderbal Freire Filho.