Dilma: Novas eleições? Convença o Congresso!

Segundo reportagem da “Folha de S.Paulo”, a proposta vem sendo articulada por nove senadores do PSB, PPS e Rede. A ideia ganhou o endosso do senador Valdir Raupp (PMDB-RO) na segunda-feira.

Em discurso na tribuna do Senado, ele afirmou que a possibilidade equivaleria à antecipação do fim do mandato, e não a renúncia ou impeachment. “Seria (…) antecipar as eleições presidenciais que aconteceriam agora em outubro próximo, concomitantemente com as eleições municipais”, explicou Raupp, segundo o qual a proposta não foi discutida com o PMDB.

Hoje, porém, Dilma demonstrou pouca preocupação com a possibilidade. Segundo ela, aceitar novas eleições seria abrir mão da segunda metade de seu mandato.

“Eu acho que essas propostas [novas eleições], como várias outras, são propostas. Não rechaço nem aceito”, disse a presidente ao ser questionada por jornalistas.

No domingo, em resposta ao editorial da “Folha de São Paulo” –que pedia a renúncia da presidente e do vice-presidente Michel Temer (PMDB) para que possam ser convocadas novas eleições–, Dilma disse que “jamais renunciará”

A possibilidade de novas eleições também foi levantada nesta terça-feira também pela Rede Sustentabilidade, partido de Marina Silva. A presidenciável lidera pesquisa Datafolha de intenções de votos à presidência para 2018, tendo entre 21% e 24% das intenções.

Tirar governo não vai pacificar país

Hoje, Dilma também afirmou uma eventual mudança de governo não será suficiente para pacificar o país e que o Brasil precisa de “um pacto pelo diálogo”. “Nenhum governo conseguirá governar o Brasil se não tiver um pacto pelo diálogo, pela estabilidade política.”

Ela reclamou das tentativas da oposição de questionar sua vitória nas eleições de 2014 e de interromper seu mandato. Alvo de um processo de impeachment que tramita na Câmara dos Deputados, a presidente teve sua defesa apresentada ontem pelo advogado-geral da União, José Eduardo Cardozo.

“Criaram toda sorte de problemas. Aí, acham que, ao tirar um governo legitimamente eleito, esse país vai ficar tranquilo, vai ser pacificado. Não é. Quando você rompe um contrato dessa magnitude, que é base do presidencialismo, você rompe contratos em geral, rompe a base da estrutura democrática do país. A instabilidade pode permanecer de forma profunda e extremamente danosa. Quando você tem responsabilidade diante do país, você não cria tumulto desnecessário, sem base.”

Dilma citou a instabilidade política como uma das causas da crise econômica e afirmou estar disposta a dialogar. “O governo está inteiramente disposto a abrir o diálogo.”

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