Carlos Chagas
Marina Silva está disposta a sair na frente, quer dizer, porá sua procissão na rua antes dos outros. Buscará o candidato a vice-presidente em partidos capazes de ampliar o leque ideológico, mas sem assumir posturas mais à esquerda. Não pretende afastar legendas como o PV, o PSB, até o PR e similares, ditos de centro-esquerda. Sabe a ex-senadora não contar com forças conservadoras, mas ficará perto delas o mais que puder, principalmente com vistas ao segundo turno. Caso a disputa aconteça entre o Lula e ela, pretende o apoio dos sociais-liberais, aproximando-se de Aécio, Alckmin ou José Serra.
Em suma, siglas parecem hoje menos importantes do que do que nomes, prevalecendo ao menos por enquanto as regiões. Apesar de Norte e Nordeste não se apresentarem densamente povoados, o acúmulo de candidatos do Sul e o Centro poderá favorecê-la.
CASAMENTO SEM AMOR
Não parece oportuna essa aliança entre Michel Temer e Aécio Neves. Adianta o ex-governador de Minas entrar com os votos do PSDB? Mas o vice-presidente da República já conta com eles. Não haverá um só tucano faltando à causa do impeachment. Quem precisa votar no afastamento de Dilma é o PMDB, na maioria dos Estados. Conclusão: o casamento começa, pelo menos, sem amor.
MAIS REFORMA?
Nos corredores do Planalto correm rumores de que uma vez encerrado o episódio do impeachment, se sair vitoriosa, a presidente Dilma promoverá outra reforma do ministério, dessa vez contemplando as forças partidárias afins, livrando-se de grupos nos quais lhe faltaram apoio. A expectativa é de que o ex-presidente Lula já tenha superado as dificuldades para assumir a Casa Civil. Quanto a definir quem será o parceiro candidato à vice-presidência, em 2018, ficará para mais tarde.
Sobre os demais candidatos, continuam os mesmos de sempre. Não quer dizer que não apareça uma surpresa…