Wagner: troca na Fazenda trará harmonia à equipe

O ministro-chefe da Casa Civil afirmou, hoje, em conversa com jornalistas, que a troca no comando do Ministério da Fazenda trará uma equipe “mais harmônica”. Wagner também pediu paciência com o novo chefe da pasta, Nelson Barbosa, e disse que ele não irá fazer “loucura” à frente das políticas econômicas do governo federal.

Barbosa substituiu Joaquim Levy na Fazenda e já declarou que tem como principal objetivo convencer o mercado que o ajuste fiscal vai ser mantido. Outro desafio de Nelson Barbosa é acalmar o mercado financeiro que recebeu mal o anúncio do nome dele para substituir o de Levy.

“A troca de ministros acho que é importante. Não vou comparar o [Joaquim] Levy com o [Nelson] Barbosa porque ambos têm competência técnica, mas repito: como economia não é ciência exata, tem 150 opiniões sobre os rumos da economia, apostamos em um, colhemos fruto, mas não o que queríamos. […] Acho que a mudança é porque foi um ano que teve desgaste da operação da economia no momento de crise e acho que você terá um equipe mais harmônica”, disse o ministro-chefe da Casa Civil.

“Ninguém é suicida. Todo mundo na atividade econômica, seja quem depende de emprego ou do sucesso dos negócios, quer que as coisas andem. É claro que tem de ter um pouco de aposta, de querer que dê certo, porque se não tiver, não funciona. O cara nem sentou na cadeira e o caboclo está dizendo que ele vai fazer loucura. Não vai. O Nelson é um cara extremamente equilibrado”, completou Wagner.

Homem de confiança da presidente Dilma Rousseff, Barbosa assumiu a chefia da área econômica do governo após discordar de Levy e se impor nos embates sobre as medidas para reestabelecer o reequilíbrio da dívida pública.

Economista de formação e com um perfil mais técnico do que político, Barbosa é visto como uma pessoa de grande afinidade com a presidente.

Durante a conversa com os jornalistas que cobrem diariamente o Palácio do Planalto, Jaques Wagner reconheceu erros na área econômica ao ser questionado sobre o que “deu errado” em 2015 para levar às crises política e econômica.

Apesar disso, o ministro rebateu as críticas ao dizer que o governo fez apostas que não deram certo e reclamou dos “engenheiros de obra pronta”.

“Todo mundo sabe que teve medidas que nós apostamos e a posologia [dosagem] foi errada. Como no caso das desonerações, na redução do nosso [equilíbrio] fiscal. Isso todo mundo reconhece. [As críticas vêm] dos engenheiros de obra pronta, o que é fácil. Então, não tem uma culpa só. Temos culpa? Evidente. Fizemos uma aposta que não deu certo. Mas isso não é dolo. É que exageramos na dose”, avaliou.

 

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