Por Magno Martins
Em 2016, que começa daqui a 10 dias, ano que disputará a reeleição, o prefeito do Recife, Geraldo Júlio (PSB), entrega à população quatro importantes obras que representam investimentos da ordem de R$ 700 milhões. Começa pela segunda etapa da Via Mangue, trecho no sentido Boa Viagem-Centro, inauguração já marcada para o próximo dia 17.
Não se sabe onde estava a cabeça de quem planejou a via de acesso para desafogar a Zona Sul, o fato real é que a cobra de duas cabeças só saiu com uma. Para quem se desloca para Boa Viagem pegar a Via Mangue, mesmo nos horários de picos, é a certeza de chegar ao destino mais rápido e sem engarrafamentos. Mas, estranhamente, o projeto de engenharia ficou inacabado.
O retorno foi construído no mesmo período, mas sem a alça do desaguadouro no final. Resultado: voltar para o centro pela Avenida Boa Viagem ou Conselheiro Aguiar, vias tradicionais, virou um pandemônio por causa dos intermináveis engarrafamentos. A Via Mangue, agora completa e pronta para funcionar a partir do final da primeira quinzena de janeiro, representa o primeiro gol de placa de Geraldo em 2016.
Mas ele entrega, também, o Hospital da Mulher, primeira unidade de saúde de grande porte construída pela gestão municipal. A unidade está orçada em R$ 56,8 milhões, dos quais R$ 48,8 milhões são oriundos de convênio com o Governo Federal, e vai reunir em um único lugar atendimento de urgência e emergência 24 Horas, centro obstétrico, cirúrgico, UTI materna e neonatal, Clínica Ambulatorial, Diagnóstico, Apoio Terapêutico, além de assistência à mulher vítima de violência.
São serviços muito importantes para as mulheres do Recife. Uma maternidade de alto risco para reforçar o atendimento materno-infantil, um serviço amplo de atendimento para a saúde da mulher. O Hospital da Mulher está sendo construído em uma área de 13 mil metros quadrados, localizado no bairro do Curado, Zona Oeste da cidade. Contará com 150 leitos para o atendimento de mulheres a partir dos dez anos de idade que necessitarem de procedimentos de média e alta complexidade com capacidade para 400 partos e 250 cirurgias ao mês.
Realizará cerca de dez mil atendimentos ambulatoriais de pré-natal de alto risco, assistência ao parto e puerpério bem como atendimento em sub especialidades tais como: ginecologia infanto-puberal, climatério, serviço de esterilização cirúrgica, mastologia e assistência à população LGBTT (lésbicas, bissexuais e transexuais). Contará ainda com banco de leite humano, endocrinologista, cardiologista, nutricionista, psicólogo, fisioterapeuta, odontólogos e enfermeiros.
A terceira obra que sai do papel é Centro Comunitário da Paz, Compaz, um divisor de águas no Recife, segundo o prefeito, por tratar-se de um equipamento que é, na verdade, um centro de promoção da cidadania com vários serviços, tendo como âncora grandes bibliotecas. “Vamos transformar a vida dessas pessoas a partir de tudo que vamos oferecer nesses espaços, melhorando o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (IDEB) dessas regiões, diminuindo violência contra mulher, idosos, crianças, homicídios, tudo isso trabalhando a cultura da paz e a cidadania”, diz Geraldo.
O Compaz segue normas de acessibilidade, com salas para aulas de reforço e idiomas, serviços do Procon, Centro de Referência de Assistência Social (Cras), mediação de conflitos, apoio psicossocial, agência de emprego, ateliês com cursos e oficinas de artes plásticas, além de quadras poliesportivas, campo de futebol, piscina, Academia da Cidade, mini campo, quadra de tênis e rampas de skate.
A quarta obra, enfim, é a recuperação do Geraldão. Durante longos anos, o Ginásio de Esportes Geraldo Magalhães (Geraldão), localizado no bairro da Imbiribeira, foi palco de diversos eventos esportivos e culturais. Lá, o torcedor vibrou com a realização de uma etapa da Liga Mundial de Vôlei masculino e com os inúmeros shows do rei Roberto Carlos.
Mas, ao longo dos anos, esse cenário mudou completamente. Ao invés de jogos e apresentações artísticas, o local, que possui 20 mil metros quadrados e foi fundado há 42 anos, deu lugar ao abandono. Geraldo enfrentou o desafio da requalificação investindo R$ 38 milhões numa parceria com o Governo Federal.
A capacidade do Geraldão diminuirá de 16 mil para 10 espectadores, já dentro dos moldes estabelecidos para as arenas. Totalmente fora dos padrões internacionais exigidos para competições esportivas, a quadra principal também será substituída. Um moderno placar eletrônico de quatro faces também será instalado no ginásio.