Rebeca Silva

    Repórter do blog 

Famoso pelas frases polêmicas e embates com defensores dos Direitos Humanos, o deputado Jair Bolsonaro (PP/RJ) chega ao Recife na próxima quinta-feira para uma audiência pública na Assembleia Legislativa sobre o cenário político nacional, devendo entrar também questões como o aborto, homossexualidade, redução da maioridade penal e flexibilização do desarmamento. Ele vem a convite do deputado estadual Joel da Harpa (PROS).

“Tenho defendido alguns pontos que têm a mesma linha ideológica de Bolsonaro, que incluem a desvalorização do profissional de segurança pública, a partir também do momento em que os Direitos Humanos começaram a interferir nesta questão, além de ser contra o aborto e favorável à redução da maioridade penal”, disse Harpa.

Quando chegar à capital pernambucana, o polêmico deputado será recebido no Aeroporto Internacional Gilberto Freire por políticos, militantes e integrantes do movimento Direita Pernambuco e de outros grupos partidários. Segundo o líder do Direita Pernambuco, Leonardo Quirino, a pretensão é focar o debate sobre o Foro de São Paulo, que é um conjunto de partidos de esquerda que defendem uma linha neoliberal da economia e política na América Latina.

Na visão dos conservadores, o fórum busca, na verdade, tornar o continente inteiramente comunista. Para ele, o encontro também será uma oportunidade para as pessoas desmistificarem uma visão equivocada sobre o deputado federal. “A população poderá ver que ele não é o que estão falando, de que é racista, homofóbico e tudo de ruim e muita gente vai acabar dando o braço a torcer”, observa Quirino.

Presidente da Comissão de Cidadania, Direitos Humanos e Participação Popular, o deputado estadual Edilson Silva (PSOL) disse que a bancada dos grupos de defesa aos direitos humanos está estudando a possibilidade de realizar um ato de repúdio. “Bolsonaro não é bem-vindo por todos aqueles que defendem os direitos humanos, a intolerância e a diversidade humana porque ele é uma pessoa que prega o ódio, a intolerância, a violência e ninguém pode ficar inerte a isso. Ainda não sei se vou participar, mas caso participe, não será para dar boas-vindas”, desabafou Silva.