PT quer acareação entre Cunha e o lobista

O rompimento político do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) com o governo da presidente Dilma Rousseff atiçou os ânimos dos parlamentares, tanto de aliados quanto de adversários do peemedebista. O deputado federal Henrique Fontana (PT-RS) adiantou que irá pedir à CPI da Petrobras a realização de uma acareação entre Cunha e o consultor Julio Camargo, que por meio de delação premiada afirmou que o parlamentar recebeu US$ 5 milhões em propinas. Já o pastor Marcos Feliciano (PSC-SP) pediu a expulsão do partido do correligionário e vice-líder do governo na Casa, Sílvio Costa (PE), em função de ter pedido o afastamento de Cunha da presidência da Câmara enquanto durarem as investigações.

Segundo o jornal O Estado de São Paulo, ao tomar conhecimento da intenção de Fontana Cunha afirmou que “da minha parte, nenhum problema em acarear com quem quer que seja”. Irado, ele disse, ainda, que “ele (Henrique Fontana) deveria aproveitar e, além de requerer essa acareação, deveria também requerer as acareações de Mercadante (ministro da Casa Civil, Aloísio Mercadante) e Edinho (ministro da Secretaria de Comunicação, Edinho Silva) com Ricardo Pessoa e até da Dilma com Youssef, que também falou na sua delação que ela sabia”, disparou. Mercadante, Edinho e Dilma foram citados em depoimentos feitos pelo doleiro Alberto Youssef.

Segundo Fontana, o requerimento pedindo a acareação de Cunha com o lobista Julio cargo será feito logo após o fim do recesso parlamentar. Segundo o petista, o pedido de acareação é fruto de uma iniciativa pessoal, sem nenhuma vinculação com o Planalto. “É uma decisão minha”, destacou. Na sexta-feira, o governo tentou minimizar os efeitos das declarações de Cunha, além de barrar a iniciativa de Sílvio Costa de pedir o afastamento do peemedebista da Presidência da Câmara.

Do outro lado, o pasto Marcos Feliciano cobrou que o PSC puna Sílvio Costa com sua expulsão do partido. “Solicito que estude uma medida disciplinar com expulsão do partido contra o deputado Sílvio Costa”, disse Feliciano no requerimento sobre o assunto assinado nesta sexta-feira. Segundo o pastor, O correligionário se comporta de “maneira espetaculosa” e que uma “posição dessa natureza jamais pode ser manifestada individualmente por um parlamentar, contrariando a posição da direção do partido, incorrendo, a meu ver, em infidelidade partidária”.

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