CRÔNICA

Não há cena mais triste nessa vida,do que a do amor na hora da despedida.Abraços,Bocas loucas se mordendo;o tempo de ternura como testemunha.Depois do êxtase do caleidóscópio entrado em delírio no teu vitral brilhante, em gozo.Tanto quadro tremulando fogozo nas paredes,suas pinturas de tintas, no carinho vivo em criaturas.As roupas jogadas pelo quarto,já parecia fotografias perdidas,encharcadas de vinhos, também choravam, porque só se secavam nos talhos da paisagem ardida.E tudo,quase sem querer,amanhecido, tudo,mesmo sendo manhá,era lusco fusco;pois lados opostos se abriam em seus atalhos e o sol mais que aceso aos olhos dos que ainda se tinham ou se enganam em se ter,o sol por nós,por ti,por mim, desesperado, também chorava.FLAVIO RICARDO CHAVES – FRC