Repórter do “Estadão” flagra foragido da Operação Lava Jato em cinema na Suíça

O repórter Jamil Chade, correspondente do jornal O Estado de S.Paulo na Europa, flagrou no último domingo (21/6) Bernardo Freiburghaus, investigado no exterior a pedido das autoridades brasileiras como suposto operador de propinas da Odebrecht. Ele estava na fila de um dos cinemas mais movimentados do centro de Genebra, na Suíça.
Crédito:Reprodução
Procurado pela Interpol vai ao cinema, relata correspondente do “Estadão”
Após três dias de plantão em frente à casa de Freiburghaus, o jornalista o viu saindo pelas portas do fundo e seguindo em direção ao centro da cidade. “O doleiro foi ao cinema como milhões de pessoas pelo mundo para assistir a ‘Jurassic World’ com a família. Durante a projeção em 3D, divertiu-se e riu com a superprodução”, relata em reportagem publicada nesta segunda (21/6).
O nome dele está na lista vermelha da Interpol. Se Freiburghaus for para uma região que integra a comunidade policial, ele pode ser detido. A pedido do Brasil, a Suíça o investiga por lavagem de dinheiro, entretanto, não promoveu nenhuma ação para prendê-lo.
O doleiro foi um dos investigados que teve mandado de condução coercitiva decretado pela Justiça Federal. A Polícia Federal esteve nos endereços apontados, porém, não o encontrou. Depois da deflagração da Lava Jato, ele se mudou para a Suíça, país do qual também é cidadão.”Para nós ficou bem caracterizado que ele [Freiburghaus] deixou o país em função da Operação Lava Jato”, disse ao Estadão o delegado da Polícia Federal, Igor Romário de Paula.
Jamil relata ainda que Bernardo Freiburghaus não evitou falar com a reportagem, como fez da última vez em que foi abordado, há dois meses, quando xingou a equipe. Ao se questionado sobre o envolvimento com o esquema na Petrobras, ele apenas disse que “não conhecia ninguém”.
“Dessa vez, ele se dispôs a conversar, mas não quis comentar a nova fase da Lava Jato, que prendeu as cúpulas da Odebrecht e da Andrade Gutierrez. Questionado sobre seu nome estar na Interpol, lamentou. ‘É, a vida não está fácil’, disse antes de seguir em direção à sua casa”, conta o jornalista.

 

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