Lava Jato investiga Banco Safra

A força-tarefa da Lava Jato pediu à Polícia Federal que investigue se o Banco Safra cometeu crime financeiro em um acordo da ordem de R$ 10,4 milhões para renegociar as dívidas da empresa de turismo Marsans, adquirida em 2011 pelo doleiro Alberto Youssef, delator da operação.

Segundo o Ministério Público Federal, ao aceitar a operação suspeita, o banco teria cometido crime contra o sistema financeiro e colaborado com a lavagem de dinheiro operada pelo doleiro, além de ter evitado que o esquema de desvios na Petrobrás fosse descoberto antes.

A Marsans foi adquirida pelo doleiro por meio de sua empresa de investimentos, a GFD. Na ocasião, a empresa de turismo já estava endividada com o banco e o doleiro ofereceu o hotel Príncipe da Enseada, em Salvador (BA), adquirido por ele por R$ 6 milhões em um leilão, como garantia do empréstimo. Em acordo de delação premiada, o próprio doleiro admitiu que o hotel foi adquirido com dinheiro de atividade criminosa e o colocou à disposição da Justiça como parte do acordo.

Para os investigadores, o banco foi negligente na operação, pois aceitou uma garantia pouco superior à metade do valor do empréstimo. Além disso, a força-tarefa destaca que na época em que negociou o empréstimo, Youssef já havia sido condenado, em 2005, no caso Banestado – esquema de lavagem de cerca de US$ 30 bilhões no banco do Estado do Paraná na década de 1990. “Medidas de compliance deveriam ter sido adotadas pela instituição financeira, inclusive com comunicação imediata ao Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras, órgão de fiscalização do Ministério da Fazenda)”, dizem os procuradores.

 

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