Do Correio Braziliense
O ex-governador do Ceará Cid Gomes (Pros) pode ser o candidato à Presidência da República pelo PDT, é o que afirma a coluna da jornalista Denise Rothenburg. Segundo ela, a proposta seria do presidente do partido, Carlos Lupi, que buscaria alguém de fora da legenda para concorrer à sucessão de Dilma Rousseff (PT). Assim, Cid ficaria em débito com Lupi, o que o fortaleceria dentro do PDT.
Entretanto, o presidente estadual da legenda, deputado federal André Figueiredo, afirma que não há nenhum convite e que isso seria uma “história requentada”. Ele, porém, não descarta que o convite possa vir a ocorrer.
Ainda a época de sua saída do PSB, Cid não escondia que sua preferência ideológica era de filiar-se ao PDT. Entretanto, dificuldades para conciliar as lideranças municipais trabalhistas com aquelas ligadas a Cid acabaram levando o grupo ao Pros. Isso não impediu que Cid e seu irmão, o também ex-governador Ciro Gomes (Pros), externassem o desconforto dentro da legenda.
Nos bastidores, já corriam informações sobre a busca por um novo partido pelos ex-ministros. Cid teria enviado os deputados federais, Domingos Neto (Pros) e Leônidas Cristino (Pros), para sondar a possibilidade de um retorno de seu grupo ao PSB, que estava então em processo de fusão com o PPS. Os dois teriam encontrado resistência. De acordo com o dirigente estadual do PSB, Sérgio Novais, as direções nacionais dos dois partidos seriam contra. Os irmãos Ferreira Gomes também foram filiados ao PPS, com Ciro inclusive disputando a Presidência pela legenda em 2002, e também teriam deixado desafetos por lá.
A ida do grupo dos ex-governadores para o PDT ocorreria no período em que a legenda ensaia sua saída da base aliada do governo. Cid, ao deixar o Ministério da Educação, afirmou que ainda era um aliado de Dilma. Ciro, porém, não tem poupado críticas ao Planalto, em especial no que se refere à política econômica do ministro da Fazenda, Joaquim Levy. Ele, que também foi ministro da Fazenda, afirmou que as autoridades econômicas pareciam-lhe menos inteligentes do que padeiros.
Quem já está em conversas avançadas para ingressar no PDT, porém, é o prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio (Pros). O principal motivo de sua troca é a dificuldade de compor uma coligação competitiva para disputar a reeleição. Os dois partidos com maior tempo de televisão, PT e PMDB, são justamente os dois maiores opositores do prefeito. A terceira, a sexta e a sétima maiores bancadas da Câmara – PSDB, PR e PSB – também devem lançar candidatos. Já o partido do ocupante do Palácio do Bispo tem apenas 11 deputados federais, o que lhe deixa com muito menos tempo de propaganda eleitoral do que seus adversários.