O Instituto Lula negou nesta segunda-feira (4), em resposta à uma nota assinada pelo editor-chefe da revista “Época”, que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteja sendo investigado pela Procuradoria da República em Brasília.
O editor-chefe havia reafirmado, na última sexta-feira (1º), o conteúdo de uma reportagem publicada na noite anterior no site da revista. De acordo com o texto, o petista é suspeito de usar sua influência para facilitar negócios da empreiteira Odebrecht com governos estrangeiros. Em alguns casos, as obras seriam financiadas pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social).
De acordo com nota do Instituto Lula, há apenas um “procedimento preliminar”, iniciado por um único procurador –Anselmo Lopes. A iniciativa tanto pode se desdobrar em investigação ou inquérito, quanto pode ser arquivada.
O instituto também nega que Lula seja lobista –”o ex-presidente faz palestras e não lobby ou consultoria”– e que Cuba, Gana, Angola e República Dominicana estão entre os principais destinos de viagem do petista – “o mais visitado foi os Estados Unidos (6 viagens)”.
A instituição ainda acusa a revista de criminalizar a atuação do Itamaraty em favor de empresas brasileiras no exterior, uma prerrogativa do Ministério das Relações Exteriores, e de construir “teorias malucas” sobre a ida do ex-ministro e diretor do Instituto Lula, Luiz Dulci, à República Dominicana em novembro de 2014. De acordo com o instituto, Dulci foi convidado a falar sobre as políticas sociais brasileiras.
Na última crítica à revista, o Instituto Lula disse que foi contatado pela “Época” três horas antes do fechamento da edição e que não teve oportunidade de esclarecer as dúvidas da publicação pessoalmente.
O procurador Anselmo Lopes, do 4º Ofício de Combate à Corrupção da Procuradoria da República no Distrito Federal, já confirmou publicamente que existe apuração.
“A investigação que trata de possível tráfico internacional de influência cometido, em tese, pelo ex-presidente Lula da Silva, apesar de ter iniciado a partir de despacho por mim firmado, hoje está sob a direção de outro membro do Ministério Público Federal”, escreveu em seu perfil nas redes sociais.