Gerson Camarotti – (Blog)
A presidente Dilma Rousseff usou a reunião ministerial para fazer uma defesa enfática do ajuste fiscal e rebater ataques vindos, não só da oposição, mas principalmente de setores do PT e de movimentos sociais. Neste momento, Dilma tenta ganhar a batalha da comunicação depois de ficar em silêncio desde seu discurso de posse e sem conceder entrevista há mais de um mês.
Ela muda a linha do primeiro mandato e agora pede para que seus ministros falem sobre as ações de governo para desmentir o que ela classificou de “boatos”. Internamente, Dilma tem sido alertada de que as medidas do ajuste fiscal das últimas semanas, que incluem aumento de impostos, redução de benefícios trabalhistas, além do aumento de juros, têm causado forte desconforto a sua base social e importantes lideranças petistas.
Por isso, Dilma fez hoje uma fala preventiva para justificar que as medidas tomadas, mesmo que impopulares, têm como objetivo maior garantir o que ela chamou de manutenção dos ganhos sociais. Para reforçar o seu argumento, ela voltou a utilizar a mesma estratégia de campanha de citar números consolidados dos três mandatos petistas desde 2003 e não apenas dados do seu primeiro governo.
A presidente aproveitou para chamar atenção para crise de abastecimento de água na região Sudeste, ressaltando que essa é uma atribuição dos estados. Mas falou de maneira superficial em relação à crise energética, essa sim uma atribuição do governo federal, e que vem ganhando manchetes nos jornais há mais de uma semana.
Sobre o esquema de corrupção na Petrobras, Dilma também repetiu discurso que já vinha adotando desde o período eleitoral. Tentar desvincular a estatal dos dirigentes responsáveis pelo desvio de recursos da empresa e recorrer ao Congresso Nacional para aprovar medidas de combate aos malfeitos.