Entrevista, coronel Paulo Mendes – O Estado não pode negociar com terroristas e sequestradores

Coronel Mendes admite dificuldade para se adaptar à rotina de juiz Emílio Pedroso  /

ENTREVISTA

Coronel Paulo Mendes, ex-comandante da Brigada Militar do RS

A polícia francesa exterminou os terroristas islâmicos em ação rápida, libertando os reféns e dando um ponto final a submissão que tais criminosos estavam a fazer ao Estado. Foi correta a ação da polícia ?

A Polícia francesa está sendo referência para os demais países de como tratar ações de delinquentes que tomam reféns

Tem gente que acha que é preciso negociar até a exaustão com esse tipo de criminoso sanguinário.

O Estado tem que ser decidido e não pode “negociar” com delinquentes.

Por que razão ?

Porque se fortalece com a ação, encorpando-se para outras possíveis intervenções. No caso dos sequestradores, caso obtenham sucesso, sentir-se-ão fortes e tendem a repetir o crime.

Usar força total num caso como este ?

O poder do Estado deve ser exercido em sua plenitude, firmando a primazia do emprego da força.

Mas é preciso ter gente preparada para a ação.

Antes de tudo é preciso fortalecer a atuação da polícia especializada, que treina e se prepara de forma exclusiva, para a preservação do estado de direito.

A polícia francesa estava preparada ?

Percebe-se, por informações ainda  preliminares, que a polícia francesa esteve pautada por protocolos de procedimentos especializadas e técnicos, respeitado por todos os segmentos da comunidade e governamental (escolas fecharam, pessoas se recolheram a suas casas e as autoridades respaldaram a ação policial). Foi proativa.

Aqui no Brasil não é assim que a polícia age, até porque os governos não permitem.

É o momento para que se faça uma reflexão sobre o tema.

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