Cenas de um dia festivo

Carlos Brickmann

 O novo ministro da Previdência, Carlos Gabas, no próprio dia da posse apresentou suas credenciais para o cargo e seus planos para o futuro. Foi ele que levou a presidente Dilma Rousseff na garupa de sua Harley-Davidson para passear em Brasília. O ministro Gilberto Carvalho, de saída, comentou que jamais uma carona tinha rendido tanto, e que provavelmente muitos ministros iriam agora oferecer carona de moto à presidente. Foi quando Carlos Gabas apresentou suas credenciais para o cargo: ‘Negativo. Quem leva a presidente para passear sou eu’.

Em seguida, apresentou seus planos, longamente amadurecidos, para o exercício do cargo ministerial: ‘Quero curtir Brasília de moto com a presidente’.

O colunista James Akel, atento, notou que Marco Aurélio Garcia, Edison Lobão, Gilberto Carvalho e Alexandre Padilha passeavam sozinhos pelo salão, durante a posse, sem ninguém sequer os cumprimentasse. O então secretário de Estado americano Henry Kissinger disse certa vez que o poder é afrodisíaco. É possível imaginar, então, que a perda do poder tenha o efeito exatamente contrário.

César Borges, do PR, foi nomeado ministro dos Transportes após uma série de gestões desastradas, em que houve certa confusão entre o que era público e o privado. O PR jamais o aceitou: não era seu candidato. Mas Dilma chegou a dizer publicamente que era ‘o melhor dos ministros’. Era bom, mas não resistiu ao canto do sereio vindo da Penitenciária da Papuda: Valdemar Costa Neto conseguiu negociar sua substituição. Dilma então o colocou na Secretaria de Portos. E agora, discretamente, trocou-o de novo.

Esse pessoal com fama de sério é chato!

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