Relação além do lado profissional

Cotada para o ministério da Agricultura, Kátia Abreu é uma das pessoas mais próximas a Dilma

“Presidente, estou aqui descumprindo uma ordem médica, mas precisava vir para apresentar as demandas do setor”. Foram estas as palavras ditas pela senadora Kátia Abreu (TO), recém-operada e, à época, ainda filiada ao PSD, na primeira audiência das duas no Palácio do Planalto. Para Dilma, que descobriu, em plena corrida eleitoral, um câncer no sistema linfático, deparar-se com uma mulher que, como ela, não deixa de trabalhar apesar dos problemas de saúde, era a senha que faltava para transformar a futura ministra da Agricultura em uma das pessoas mais próximas a ela no restrito círculo do poder de Brasília.

Por coincidência, foi justamente durante a corrida eleitoral de 2010, quando Dilma retirou um tumor de 2,5 cm da axila direita e passou quatro meses fazendo quimioterapia no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, que ocorreu o primeiro contato entre ambas. Kátia, filiada ao DEM, relatora do projeto que derrubou a CPMF no Senado e que, até hoje, é apontado como a maior derrota do governo Lula, escreveu uma longa carta desejando “força” para Dilma. “Ela disse para a presidente ter coragem e fé para enfrentar a doença. E acrescentou que a saúde dela era muito importante para assegurar a presença feminina na política”, lembra uma amiga pessoal da senadora de Tocantins.

Do trabalho de aproximação até a primeira audiência, em 2012, o caminho foi natural. Hoje, Kátia é uma das poucas pessoas com canal direto com a presidente. Se há ministros – a maior parte deles, na verdade – que reclamam não ter qualquer intimidade com a principal mandatária do país, Kátia pode orgulhar-se de conversar com a presidente por SMS. E não apenas de política, mas sobre dicas de beleza, roupas, brincos, conversas femininas.(Do Correio Braziliense)

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