Carlos Brickmann
A propósito, um acordo pela governabilidade é político. Crime não tem nada a ver com isso. Crime deve ser punido de acordo com a lei (e sem esquecer que a lei prevê o direito de defesa). O Petrolão tem ainda um aspecto pior que a roubalheira denunciada: a Petrobras sempre teve funcionários de alto nível, dedicadíssimos à empresa, e este pessoal respeitado no mundo inteiro acabou subordinado a representantes de partidos. Que se aplique a lei, portanto. Mas empresas não cometem crimes: o criminoso é sempre uma pessoa física. Para atingir os criminosos não é preciso destruir empresas, sejam estatais ou privadas. E não se pense que a destruição de empresas brasileiras, substituídas por multinacionais, vá resolver o problema da corrupção – tanto que as investigações da ladroeira chegaram à Holanda, Suíça, Alemanha, França. Lá também, se deixarem, rouba-se. Mas, até que se pense no país, voltemos à realidade. De acordo com a Estrutura Organizacional do Banco do Brasil, que está em seu site, diretores e conselheiros devem ser brasileiros, dotados de “(…) idoneidade moral, reputação ilibada (…)” Dilma ofereceu a Anthony Garotinho uma vice-presidência do Banco do Brasil. Se Dilma sustenta que Garotinho é idôneo e ilibado, deve ser verdade. |