Morre Cecília Meireles, poetisa, pintora, professora e jornalista
No dia 9 de novembro de 1964, morria no Rio de Janeiro, a poetisa, pintora, professora e jornalista Cecília Benevides de Carvalho Meireles. Nascida no dia 7 de novembro de 1901, cedo, aos 18 anos, publicou seu primeiro livro de poesias, chamado Espectro. Embora tivesse a influência do Modernismo, sua obras apresentavam traços de outros movimentos como o Simbolismo, Romantismo, Realismo e Surrealismo. Em 1922, se casou com o artista plástico português Fernando Correia Dias, com quem teve três filhas. Em 1935, seu marido cometeu suicídio, vítima de depressão. Ela voltou a se casar cinco anos depois, com o professor e engenheiro agrônomo Heitor Vinícius da Silveira Grilo. Como jornalista, Cecília Meireles publicou textos sobre educação e, em 1934, montou a primeira biblioteca infantil do Brasil. Ela também se destacou na poesia e literatura infantil com textos como Leilão de Jardim, O Cavalinho Branco, Colar de Carolina, O mosquito escreve, Sonhos da menina, O menino azul e A pombinha da mata. Em 1939, publicou Viagem, livro que recebeu o Prêmio de Poesia da Academia Brasileira de Letras. Católica, também escreveu textos em homenagem a santos.
“LIBERDADE, ESSA PALAVRA QUE O SONHO HUMANO ALIMENTA, QUE NÃO HÁ NINGUÉM QUE EXPLIQUE E NINGUÉM QUE NÃO ENTENDA”
“QUANTO MAIS ME DESPEDAÇO, MAIS FICO INTEIRA E SERENA”
“O VENTO É O MESMO, MAS SUA RESPOSTA É DIFERENTE, EM CADA FOLHA”
CECÍLIA MEIRELES
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Canteiros
Baseado no poema “Marcha” de Cecília Meirelles
Músicas incidentais :
Na hora do almoço (Belchior), Águas de Março (Antonio C. Jobim)
dos discos “Manera Frufru Manera” e “Ao Vivo – Duplo”
Quando penso em você
Fecho os olhos de saudade
Tenho tido muita coisa
Menos a felicidade
Correm os meus dedos longos
Em versos tristes que invento
Nem aquilo a que me entrego
Já me dá contentamento
Pode ser até manhã
Cedo, claro, feito o dia
Mas nada do que me dizem me faz sentir alegria
Eu só queria ter do mato
Um gosto de framboesa
Pra correr entre os canteiros
E esconder minha tristeza
E eu ainda sou bem moço pra tanta tristeza …
Deixemos de coisa, cuidemos da vida
Senão chega a morte
Ou coisa parecida
E nos arrasta moço
Sem ter visto a vida
É pau, é pedra, é o fim do caminho
É um resto de toco, é um toco sozinho …
São as águas de março fechando o verão
É promessa de vida em nosso coração