O ovo da serpente é vermelho

   Por José Adalberto Ribeiro, jornalista

RIBEIROLÂNDIA – Quem foi o candidato a vice-presidente na chapa de José Serra em 2010? Um pouco de história não faz mal a ninguém.

Se não me falha a retentiva, foi um tal de Índio da Costa, um deputadozinho do DEM do Rio de Janeiro. Pouquíssimas pessoas lembram o nome do bicho. Eu mesmo não lembrava, não vou mentir, tive que perguntar ao meu amigo Google, o sabichão.

Nos prenúncios da sucessão presidencial Serra aparecia com largo favoritismo nas pesquisas. Implorou para Aécio ser candidato a vice na chapa dele. Tô nem aí, dizia o neto de Tancredo. Começou a cozinhar Serra em fogo brando e matá-lo na unha. Até dar um fora definitivo na undécima hora. Serra foi um candidato derrotado de antevéspera pelos próprios aliados.

O Índiozinho foi escolhido para ser vice por misericórdia ou por falta de opção. Para encurtar a história que vocês já sabem, Serra começou a despencar de ladeira abaixo e levou uma surra eleitoral dos sapos barbados até nas malocas de Índio da Costa no Rio de Janeiro.

Meu amigo o Doutor Google, que também é amigo de vocês, tem uma memória de elefante e me lembrou bons números sobre a batalha de 2010. Serra levou uma lapada de 14,5 milhões de votos no primeiro turno (Dilma 47,65 milhões x Serra 33,13 milhões). Com fita verde no cabelo e 19,6 milhões de votos na caixinha, a morena Marina esnobou Serra no segundo turno. Nem te ligo! Já eleito senador, Aécio também fez corpo mole em Minas Gerais. A surra no segundo turno foi de 12 milhões de votos (55,7 milhões de Dilma contra 43,7 milhões).

No segundo tempo o neto de Tancredo já estava eleito senador e foi cumprir sua sina de bon vivant nas noites cariocas. Na verdade, fez corpo mole e muito contribuiu para a vitória dos sapos vermelhos.

Com fita verde no cabelo e 19,6 milhões de votos na caixinha das urnas, a morena Marina também esnobou Aécio. Lavou as mãos no segundo tempo. Agora Aécio reclama que Marina poderia ter apoiado Serra e mudado a história em 2010. Mas ele também foi traíra.

Neste ano de 2014 os sapos vermelhos e Aécio batem no lombo de Marina sem misericórdia. A coitadinha chorou feito Madalena pelo simples fato de ter levado um esculacho do sacripanta. Ela bem deveria saber que os bichos vermelhos devoram suas crias rebeldes. Chorar é proibido. Deveria ter esbravejado, devolvido o esculacho. A cada mililitro de lágrima perdeu milhares de votos.

Existe uma meia verdade nessa lenda de que os programas de transferência de renda do PT redimiram mais de 20 milhões de pessoas da linha de extrema pobreza e que essas pessoas ascenderam à classe média. Não existe classe média com renda de 1 a 2 salários mínimos sem dinheiro para pagar plano de saúde particular e dependente do SUS. Não existe classe média sem saneamento básico e sem água potável na torneira, dependente da compra de botijões de água mineral para o consumo doméstico. Por sinal, uma anencéfala do PT que se diz socióloga afirmou que odeia a classe média, considerada por ela como sendo estúpida, fascista e terrorista. Ela odeia a si mesma.

O governo distribui migalhas, sim, através do Bolsa Família, versão genérica do Bolsa Escola de FHC, ao mesmo tempo em que os sanguessugas se locupletam de bilhões e bilhões do BNDES e fundos estatais, a exemplo dos bovinos do PMDB em Goiás e das ações bilionárias de Eike Batista transformadas em pó. Isto, sem falar nas histórias mal-assombradas da refinaria de Pasadena nos EUA e nos caboclos mamadores da Petrobrás.

“Progredir, progredimos um tiquinho, porque o progresso também é uma fatalidade”, ensinou Mário de Andrade, também criador do personagem Macunaíma, o herói sem nenhum caráter, muito presente na atualidade brasileira.

Um regime aliado de ditaduras comunistas e terroristas tipo cuba e o Irã, este regime camufla o ovo da serpente autoritária para dar o bote contra a democracia. Um País devastado pela violência e pelas drogas, aliados dos hospedeiros das farc, não venha falar em avanços e conquistas sociais.

Numa sociedade onde ocorrem mais de 40 mil assassinatos por ano, a maioria dos quais impunes, não se pode falar em qualidade de vida e justiça social. um governo cuja cúpula partidária foi presa por corrupção não pode ter o desplante de falar em Imprensa golpista.

Agora que está mamando no poder hás 12 anos, os sapos vermelhos jogam, pesado para continuar nas tetas. “Eles não sabem do que somos capazes”, avisou o Barba. Sabemos, sim, desde as cruzetas de Santo André. São capazes de todíssimos jogos pesados, sujos ou não.

O ovo da serpente é vermelho.

 

fonte:blogdomagno

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