Argentina entrega ao Brasil dados da Ditadura Militar

EFE.

A Argentina entregou nesta segunda-feira (30) à Comissão Nacional da Verdade dois relatórios sobre o terrorismo de Estado durante a última ditadura militar argentina (1976-1983), informaram fontes oficiais. A entrega destes documentos responde a um pedido do ano passado da Comissão da Verdade sobre brasileiros desaparecidos em território argentino e sobre argentinos desaparecidos no Brasil.

A Comissão, criada em 2012, investiga violações dos direitos humanos na última ditadura no Brasil (1964-1985) e incluiu em seu trabalho o alcance da chamada “Operação Condor”, uma ação coordenada pelas ditaduras no Cone Sul entre 1970 e 1980.

Os relatórios, elaborados pela Procuradoria-Geral da Argentina e a Comissão da Memória da província de Buenos Aires, foram entregues hoje em um ato que contou com a presença do vice-chanceler argentino, Eduardo Zuaín, da procuradora geral da Argentina, Alejandra Gils Carbó, do embaixador brasileiro em Buenos Aires, Everton Vieira Vargas, e do titular da Comissão pela Memória, Hugo Canhão.

“A entrega de documentos responde a um pedido feito pela Comissão da Verdade em abril do ano passado”, lembrou a chancelaria argentina em comunicado. “A documentação que foi entregue hoje ao embaixador do Brasil é relacionada aos casos solicitados e vieram dos arquivos do que foi a direção de Inteligência da Polícia da Província de Buenos Aires e em documentos fornecidos pela Procuradoria Geral da Nação”, completou.

Não existem dados oficiais consolidados no Brasil sobre vítimas da ditadura, mas movimentos de direitos humanos afirmam que foram pelo menos 1.000 mortos e 400 desaparecidos, números que a Comissão da Verdade tenta esclarecer em seu trabalho.

Já a ditadura militar argentina deixou pelo menos 30 mil desaparecidos, segundo os números de organizações de direitos humanos.

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