Entre farpas e arestas devem conter-se os candidatos

CARLOS CHAGAS

Seria bom, melhor dizendo, seria imprescindível se todos os candidatos à presidência da República se reunissem. Inclusive a Dilma, e sem esquecer Joaquim Barbosa, que subordina sua candidatura à aposentadoria no Supremo Tribunal Federal, mas já tem tempo para assinar o requerimento.

Para que? Para interromperem enquanto é tempo esse festival de lançamento de farpas e até de agressões. Continuando as coisas como vão, logo estarão aos palavrões, trocando acusações pessoais dignas do botequim. Um pacto de bom senso torna-se urgente.

Importa menos saber quem começou. Dilma acaba de recomendar que seus adversários devem estudar muito, ver quais os problemas do Brasil e apresentar propostas. Traduzindo: chamou os concorrentes de burros. Pior ainda, burros que usam salto alto.

Marina disse que a marca do governo Dilma é o retrocesso e deu lições de economia. Eduardo Campos, mais sutil, afirma ser preciso a fazer mais e melhor, ou seja, o governo governa mal. Aécio Neves não perde uma semana sem denunciar a corrupção e denegrir ministros, sem poupar a presidente. José Serra, em qualquer reunião que comparece, individualiza críticas sem esquecer a presidente. Quanto a Joaquim Barbosa, aciona sua metralhadora giratória sobre o Congresso, o Judiciário e a imprensa. Por último vem o Lula, para quem a mídia é responsável pela maior parte das desgraças nacionais e por agredir o governo, fazendo o jogo dos outros candidatos.

Em suma, a temperatura sobe e logo chegaremos a uma situação da qual não haverá retorno, quando ainda falta um ano para as eleições. Devem conter-se os candidatos.

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