Jovem agredido por neonazistas em Niterói diz que grupo atua há mais de um ano

Vitima do grupo, Cirley Santos tem o selo de uma gravadora jamaicana tatuado no braço; ele teve óculos quebrados com um soco
Vitima do grupo, Cirley Santos tem o selo de uma gravadora jamaicana tatuado no braço; ele teve óculos quebrados com um soco Foto: Luiz Ackermann / Extra

O homem que foi agredido por um grupo neonazista em Niterói, na Região Metropolitana do Rio de Janeiro, neste sábado, garante que foi perseguido por ser nordestino e que esta não foi a primeira vez que o bando, que se autodenomina skinhead, o ataca na cidade.— Eles me chamaram de nordestino de merda antes de me atacar. Gritaram o nome de (Adolf) Hitler. Essa não foi a primeira vez que fui atacado por um deles. Às vezes, esbarrava com eles em alguns shows. Desde que eu passei a assumir minha paixão por músicas jamaicanas, me tornei alvo — garantiu Cirley Santos, de 33 anos, nascido em Natal, no Rio Grande do Norte.O jovem, que tem o selo de uma gravadora jamaicana tatuado no braço esquerdo, teve a lente de seus óculos quebrada com um soco durante a agressão.

Cirley Santos teve os óculos quebrados com um soco Cirley Santos teve os óculos quebrados com um soco Foto: / Luiz AckermannCirley contou que estava distribuindo currículos, na manhã de sábado, quando foi reconhecido e abordado por dois homens que o agrediram com socos e fugiram em seguida. A vítima, no entanto, conseguiu pedir ajuda a guardas municipais que estavam perto da Praça Arariboia, no Centro de Niterói, onde foi feita a abordagem.— A sorte é que estava claro, tinha bastante gente em volta. As pessoas começaram a gritar e eles saíram. Foi quando chamei os guardas municipais.De acordo com Cirley, a primeira agressão sofrida por ele foi ainda mais dramática, ele chegou a ter um corte no braço.— A primeira vez que fui agredido foi há mais ou menos um ano. Foi porque eu estava com uma blusa que tinha a bandeira da Jamaica. Fui atingido por um canivete, que fez um corte no meu braço — lembra ele.

 

 

Grupo Neonazista preso em Niteroi ao lado dos objetos apreendidos, facas, panfeltos, bandeira nazista, e outros
Grupo Neonazista preso em Niteroi ao lado dos objetos apreendidos, facas, panfeltos, bandeira nazista, e outros Foto: Luiz Ackermann / Extra

 

Delegada observa copia das paginas de Facebook dos presos
Delegada observa copia das paginas de Facebook dos presos Foto: Luiz Ackermann / Extra
Os guardas encontraram os dois agressores dentro de um carro Peugeot preto, próximo à praça. No veículo, estava o restante do grupo, totalizando cinco homens. Eles foram identificados como Caio Souza Prado, de 23 anos, Thiago Borges Dias Pita, de 28, Philipe Ferreira, de 21, Carlos Luiz Bastos, de 33, e Dauil Oliveira de Moraes, de 31. No veículo onde estavam, foram encontrados um soco inglês, duas facas e um bastão, além de bandeiras e panfletos com a suástica, símbolo do nazismo (movimento alemão comandado por Hitler, que pregava a supremacia de uma suposta raça pura europeia).

 

Propaganda nazista apreendida com os presos
Propaganda nazista apreendida com os presos Foto: Luiz Ackermann / Extra
Os cinco responderão por de lesão corporal, formação de quadrilha, corrupção de menor e intolerância, que é inafiancável e cuja pena varia de dois a cinco anos.
com informação JE

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